O DOCUMENTO A SEGUIR CARACTERIZA-SE COMO RESOLUÇÃO DO I CONGRESSO ESTADUAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO CEARÁ - REALIZADO NOS DIAS 17 E 18 DE ABRIL DE 2013 - NA CIDADE DE BATURITÉ-CEARÁ.
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Federação
dos Trabalhadores (as) na Agricultura Familiar do Estado do Ceará
FETRAF
CEARA /CUT
RESOLUÇÕES
I CONGRESSO ESTADUAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO CEARÁ - I CEAF/CE
Baturité
– CE, Abril de 2013.
Apresentação
A Federação dos Trabalhadores (as) na Agricultura
Familiar do Estado do Ceará - FETRAF CEARA /CUT orientada nos princípios
fetrafianos-cutistas realizou (17-18/Abril, 2013) seu primeiro congresso
estadual, sistematizando um processo organizativo, de preposições e debates realizados
com toda a nossa base num extenso e envolvente trabalho de mais de um ano. Com a realização de plenárias regionais e locais
pelos sindicatos, associações sindicais, e de base, grupos de estudos e
comissões temáticas tivemos o envolvimento amplo dos trabalhadores (as), de
diversas lideranças comunitárias e parceiros, tendo nós priorizado em todo o
trajeto a participação efetiva da juventude e mulheres.
Com
a clareza dos avanços que a agricultura familiar conquistou especialmente
nestes últimos 10 anos de governo de esquerda socialista, com respostas de
algumas demandas históricas do conjunto dos movimentos sociais, no campo de
participação, reconhecimento, na instituição de políticas públicas que foram e
são essências para inclusão dos agricultores e agricultoras familiares; este
processo subsidia acúmulos que possibilita a reflexão profunda dos quadros que
precisa ser mudados e definitivamente superados no próximo período.
Se desafiar cada vez mais na luta pela superação
da concentração da terra, pelo acesso a agua de beber e produzir, pela
superação definitiva do analfabetismo e extrema pobreza e miséria, e a consolidação
e ampliação dos direitos básicos de cidadania deve ser uma constante na nossa caminhada.
Vislumbrando conquistar às mudanças no atual projeto de desenvolvimento do
estado, propagando a elevação da agricultura familiar para um novo ideário de
vida. O de classe media rural.
Percebemos
que juntos, mobilizados, com unidade de projeto somos mais capazes de avançar
na construção de uma organização sindical autônoma e plural, Capaz de
compreender as questões do presente e se desafiar intransigentemente no
fortalecimento da categoria e do projeto alternativo de desenvolvimento rural
sustentável e solidário.
Esta
cartilha acumula reflexões, diretrizes e preposições da FETRAF CEARA/CUT aprovadas
durante o I CONGRESSO ESTADUAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO CEARÁ – I CEAF /CE
caracterizando-se, portanto como resoluções do primeiro congresso são as bases
do movimento que orienta a luta quotidiana e a construção do futuro.
A
luta continua. Firmeza no debate, firmeza na luta, sempre!
Francisco Auri Alves Júnior
Coordenador
Geral
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Sumario:
Apresentação;
I - Conjuntura geral;
·
1.1 - Conjuntura do Ceará,
·
1.2 - Cenário político.
II - Balanço político
organizativo;
·
2.1 - Brasil,
·
2.2 - Ceará.
III – Resoluções FETRAF
CEARA/CUT;
3.1 – Princípios e objetivos do sistema
FETRAF/CUT;
3.2- Estratégias e diretrizes políticas 2013 /2017;
I.
Organização sindical;
II.
Organização da produção;
III.
Convivência com o semiárido;
IV.
Reforma agrária e regularização
fundiária;
V.
Gênero e etnia:
·
3.5/1-Mulheres,
·
3.5/2-Juventude.
IV- Plano de lutas
2013/2014;
IV. II/1 – Educação;
IV-II/2 – Saúde;
IV. II/3- Transporte e mobilidade;
IV. II/4 - Habitação rural;
IV. II/5 – Previdência.
I - CONJUNTURA GERAL
A partir da sua consolidação o conceito
agricultura familiar passa a ter pauta definida nos programas de governo; iniciando
a compressão por parte do estado brasileiro da grande diversidade rural do nosso
país. Os estudos e pesquisas oficiais comprovaram o que já sabíamos que os
agricultores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos consumidos pelos
brasileiros revelando a importância econômica e social do segmento para toda sociedade.
No geral podemos
afirmar com clareza que nós crescemos. Mudamos, estamos com melhores condições
de vida, de estagio político. A esfera nacional do estado esta fortalecida, com
marcos políticos regulatórios importantes. Mais é claro a necessidade de
continuar crescendo é usual, neste campo o estado não deve mais adiar as
reformas. Fazer as reformas (política, tributaria, sindical, etc.) é cada vez
mais necessário à realidade atual, nos condicionando a refletir com mais afinco
a situação dos nossos municípios e estados que ainda estão dispare no geral da
bem bem-aventurança nacional.
De modo que avançar no processo de debate,
preposição e de luta conjunta para qualificação de políticas públicas que seja capaz
de superar entraves históricos e estabelecer condições de dignidade de vida e
de cidadania das pessoas é fundamental para o estagio de país rico que
queremos. País rico tem qualidade de vida para todos, inclusive para os
agricultores familiares, que precisa muito mais que comida, mais que querem ser
parte também no ideário de classe media.
Vale ressaltar que a
consolidação de uma classe média rural faz parte de um ideário de produção
capitalista, que alguns chamam de Capitalismo Humanizado, não constando de
nenhuma diretriz socialista, portanto a efetivação dessa nova realidade
interessa a todos, inclusive as camadas mais abastadas da nossa sociedade.
Para tanto precisamos
iniciar um processo que possa incluir os agricultores familiares a essa nova
realidade, seja ela ambiental produtiva e social, bem como dota-los de um
mecanismo que der estabilidade em períodos de vulnerabilidade climática, como a
extensão do seguro desemprego aos agricultores familiares e a universalização
do acesso à água de beber e produzir sem perder o foco central para construção
de planejamentos regionais, permanentes e de longo prazo.
Diante da atual situação
politico-financeira do estado brasileiro, não propugnar por isso seria repetir
a mesmice dos séculos anteriores, perder uma oportunidade e principalmente não
acreditar na capacidade de superação dos nordestinos, pois, afinal o sertanejo
é antes de tudo um forte, como já dizia Euclides da Cunha.
·
1.1 - Conjuntura Ceará
No Ceará, de forma geral a
agricultura familiar perdeu importância nas últimas décadas do século passado,
seguida da redução de oportunidades de trabalho no setor. Um dos motivos que
pode ter gerado esta situação é que em meados da década de 80, a crise do
algodão causou impactos negativos na agricultura de um modo geral, e especificamente
na agricultura familiar, cujas atividades estavam ligadas mais diretamente a
esta cultura.
As usinas de algodão, que
agro industrializavam o produto, chegaram a ser o setor mais importante da
indústria cearense, sendo a pluma de algodão o principal produto da pauta de
exportação do Ceará, por várias décadas, ressalta-se que essas usinas eram de
cooperativas de produtores e grupos empresariais.
Outro processo que merece
destaque é a extração e agro industrialização da palha de carnaúba – planta
nativa do Ceará - para a produção da cera, que sempre foi feita de forma
artesanal. Nas últimas décadas todo o processo de produção esteve ligado aos agricultores familiares,
com o desenvolvimento tecnológico, que possibilitou a utilização massiva do
plástico esse setor perdeu importância dentro do cenário econômico local.
Com mais de 300.000
hectares plantados e uma produção anual
em torno de 100.000 toneladas de castanha ”in natura “, a cadeia
produtiva do caju, que tem na sua ponta a agro industrialização do fruto, é o
mais importante setor agroindustrial do estado, que apesar de monopolizados por
grandes grupos econômicos, na cadeia existem a participação de associações e cooperativas
de agricultores familiares. Outro setor de destaque é a pecuária de pequenos
animais, mais adaptado ao clima do semiárido.
Principalmente devido a
crise do algodão o campo cearense no final do século passado sofreu uma crise
aguda, e, uma das formas de contenção foi a Previdência Social, com sua
política de benefícios para os agricultores e mas recentemente o Bolsa Família. Tais fatos acarretam uma substituição de
investimentos produtivos, por política eminentemente assistencialista, e,
contraditoriamente têm representado um dos mais significativos mecanismos de
distribuição de renda para o meio rural, particularmente para agricultura
familiar.
Ao analisarmos a atuação
estatal, verifica-se que os governos do chamado ciclo “mudancista” deram
prioridade aos grandes projetos, o incentivo as indústrias, principalmente com
a instalação de novas plantas industriais e a implantação de grandes projetos
irrigados, que tinham a pretensão de transformar-se em complexos
agroindustriais exportadores, o que acabou não acontecendo, frustrando aos que
acreditavam nessa proposta.
A partir de 2007, ocorre
uma guinada no trato com o setor, com a criação da Secretaria de
Desenvolvimento Agrário, encarregada exclusivamente da agricultura familiar, o
que pensávamos ser um novo período, na prática reduziu-se a mudanças no campo
conceitual, de abordagem e metodológico. Salvo algumas situações pontuais, as transformações acalentadas durante mais de
duas décadas não chegaram as comunidades e as unidades de produção agrícolas
familiares.
Prova disso é que os
indicadores sociais do estado, crescem muito pouco ou abaixo da média nacional,
como bem demonstram os números, com a população total de 8.452.381 ( 4,43% do
Brasil ), existem no estado 1.502.924 pessoas vivendo em extrema pobreza,
representando 18% da nossa população estadual, sendo 9% de toda extrema pobreza
do país, ou seja, representamos 4% da população nacional, mas no quesito pobreza somos 9%, em termos absolutos só
existem dois estados do Brasil, que tem mais pobres que nós, a Bahia e Maranhão
Não por acaso esses dois estados foram dominados por longo tempo pelas
oligarquias Carlista e Sarney.
Se fizermos um recorte
para a escolaridade ( educação ) vemos que da população extremamente pobre com
mais de 15 anos, que no Ceará que soma 919.059, tem 275.896
analfabetos.
O setor do governo estadual, que
deveria ser a grande articuladora das politicas públicas para o campo, a SDA,
abdica dessa função e na prática quotidiana constroe as parcerias com a federação “ oficial ” Chapa branca,
deixando em planos inferiores todo restante do conjunto dos movimentos do
campo. Postura que vem gerando tensões desnecessárias e a incompreensão por parte dos outros movimentos, que por sinal
em sua grande maioria, apoiaram o
Projeto de reeleição do Governador Cid Gomes.
Se não bastassem esses
fatores estruturais e conjunturais desfavoráveis, o núcleo central do governo
estadual não encara a agricultura familiar como uma alternativa econômica e de
grande potencial de absorção de mão de obra, mas, como uma mera política
compensatória. Por ouro lado, mantém intacta a matriz desenvolvimentista
adotada no ciclo anterior de desenvolvimento, priorizando mega empreendimentos
nas áreas de produção, apoio a industrialização e turismo/serviços.
Apesar de já na metade da
década anterior a maioria da sociedade cearense expressar até nas urnas a
superação desse modelo, aliás, coisa que já vinha sendo defendido há bastante
tempo, pelos nossos principais organismos sociais, o que vivenciamos hoje é uma
transição lenta, gradual, que se não é a totalidade do modelo anterior, tão
pouco está implantado ou em implantação novo modelo sócio-político-econômico no
estado.
Um exemplo disso é o
nosso setor econômico que caminha de acordo com a maré, em anos de seca é uma
calamidade e em anos de bom inverno o sofrimento é minimizado.
Outro aspecto que não
podemos deixar de registrar refere-se a infraestrutura, dos 184.055 domicílios
rurais somente 53.046 ( 28,82% ) esta ligado a uma rede regular de
distribuição, permanecendo sem esse recurso 131.009 ( 71,18% ) domicílios. Bem
diferente da energia elétrica que já alcança 95,76% dos lares cearenses, dados
que deixam bem claro a necessidade de priorizarmos esse setor visando uma
redução drástica nesses números.
Mais o semiárido também
tem exemplo de viabilidade, como é o caso da cadeia produtiva do mel, ligada
umbilicalmente a agricultura familiar, tinha uma produção melífera baixa e
quase totalmente advinda do extrativismo. Isso muda radicalmente, quando em
várias regiões do estado organizaram-se grande quantidade de criatórios de
abelhas, com a introdução de colmeias e toda uma prática nesse sentido. Com
relação ao processo de agro industrialização, vivemos realidade diferentes enquanto uns fazem o beneficiamento de forma rudimentar com baixa
qualidade do mel; outros praticam um processo agroindustrial bem formatado, sem
o contato manual, alcançando um produto de qualidade inquestionável, tudo isso
feito nas chamadas “casas do mel” para onde são levadas as colmeias e
processado o mel, ressalta-se que hoje esse é um produto que respeita o meio
ambiente, as tradições sertanejas e o mais rentável da agricultura familiar
cearense.
Como não poderia deixar
de ser os novos ares que sopram no Brasil, chegaram ao Ceará, elevando um pouco as conquistas econômicas, que agora com
essa seca estão sendo corroídas, dificultando ainda mais a expansão de uma
classe média rural - ligada aos negócios
do campo -, necessitando assim de uma intervenção estatal enérgica e eficiente,
para evitar um recuo nas condições de vida dos cearenses.
·
1.2 - Cenário Político
Na cena política observamos já há 05
anos um processo rápido de deteriorização do PSDB, com migrações para o PR, PSD
e PSB e outras siglas, salvo a uma mudança radical o partido não conseguirá se
recuperar em curto prazo. Apesar das divergências pessoais a tendência e
tornar-se mais um agrupamento satélite dos Ferreira Gomes, devido ao
fisiologismo e a proximidade ideológica.
O avanço do PSB a nível nacional, não
pode ser visto da mesma maneira no estado, pois a maioria dos seus quadros no
estado são de “direita” (ex-arenistas, ex-tassistas = governistas de plantão ),
causando assim um desvirtuamento nesse histórico parceiro do campo
democrático-popular em nossas terras. Como já era esperado o partido
consolidou-se como uma caixa de ressonância dos Ferreira Gomes.
Esse agrupamento, a bola da vez, sem
dúvida o mais poderoso do estado, cumpriu um papel histórico de derrotar o “
tassismo ”, em aliança com a esquerda. Mas não compreendeu ou não pode
compreender que esse era o primeiro passo para mudarmos a nossa realidade,
estacionou e nos últimos tempos abraçou o discurso anti-petista, insiste
ardorosamente em não iniciar um novo ciclo polítio-sócio-econômico tão
imaginado por todos, como, aliás, ocorreu a nível federal. Não é a toa que a
ladainha repete-se os índices econômicos do estado são bons, mas, os sociais
sequer acompanham os nacionais, com honrosas exceções. Corrigir o “mudancismo
’’ iniciar a uma espécie de sua segunda fase e não buscar a sua superação, foi
o erro Crasso do ex-governador Lúcio Alcântara, quem o derrotou nas eleições de
2006 e levou os mesmos Ferreira Gomes ao
poder, jogam-se as favas o discurso e os aliados que os levaram a ser
hegemônicos, coisa que o próprio “ mudancismo ” em si não fez, já que o
primeiro governo Ferreira Gomes ( de
Ciro ) no fundo foi uma continuação de tal período.
Há permanecer esse cenário, ao invés
de estarmos discutindo aqui o avanço, o debate do próximo período é o Ceará
estacionara ou recuará? Se esse cenário confirmar-se qual grupo será a
alternativa? A esquerda a três décadas a frente desse projeto, se não
protagonizará esse novo momento, quem protagonizará? Como se comportarão os
eleitores, principalmente de Fortaleza, que sempre apostaram no avanço? Muitas
perguntas serão respondidas
obrigatoriamente até o final 2014.
Nesse cenário os Ferreira Gomes
terão o apoio de todas as vertentes da direita, com exceção do grupo liderado
por Roberto Pessoa-Lúcio.
Grupo que orbita em torno da
Prefeitura de Maracanaú, apesar da proximidade ideológica com os Ferreira
Gomes, tem divergências pessoais e pontuais quase insanáveis, por isso
chamaremos grupo de OPOSIÇÃO PONTUAL, sendo a noiva mais cobiçada para quem for
desafiar a atual hegemonia, ou na ausência dessa opção eles mesmos
transformarem-se em alternativa, sobretudo se não houver um candidato a esquerda
e optarem por lançar um nome novo,
tipo Capitão Wagner, mesmo não
alcançando êxito, se cacifaria para disputas futuras.
Outra figura de destaque que no
passado recente, era um dos expoentes desse agrupamento, o Senador Eunício, que
com a reconfiguração política ocorrida a partir de 2006, passou a cerrar
fileiras ao lado dos Ferreira Gomes. Depois de abrir mão de uma candidatura a
Senador nesse ano e de um propalado compromisso com sua candidatura a
governador em 2014, hoje dize-se candidato e esse cargo, se for preterido e a
depender de um compensação a nível nacional, poderá mudar de rota, é esperar
para ver.
Do lado esquerdista como sempre a
situação é mais complicada ainda, diante da colcha de retalhos do PT cearense onde
nenhuma tendência detém hegemonia, o resultado dependerá fundamentalmente do
PED 2013 e das alianças internas. Para além desses aspectos existem as contingências
externas que é como ficará a aliança nacional, se o PT sair com o PSB, haverá
pressões para uma composição estadual, com o Campo Majoritário defendendo a
coligação e a influência
palaciana-lulista dificilmente o PT sairá da aliança. Mas se o PSB não figurar
na Chapa de Dilma, a mesma influência palaciana-lulista jogará contra a
composição nesse caso até o Campo Majoritário, defenderá a chapa própria.
Para quem acompanha a política
cearense, pensar que o Partido dos Trabalhadores, aceitará um papel de
coadjuvante, quando há mais de três décadas, desde o seu nascimento busca ou é
protagonista, ainda mais saído de uma eleição em que obteve 47% dos votos da
capital, com 30 prefeituras, parece inverosímel, contudo esse cenário não está
descartado.
Portanto ainda tem muito jogo a ser jogado,
nomes como os de Luiziane, Pimentel, Capitão Wagner, Roberto Pessoa, Eunicio,
Mauro Filho e Leônidas Cristino, serão colocados ou retirados diante das
estratégias decididas por seu agrupamentos/partidos, que por sua vez dependerão
de disputas internas e de influências externas notadamente do Palácio do
Planalto e da Abolição, no momento a análise possível é a descrita acima, que,
aliás, é avalizada pela grande maioria das lideranças e jornalistas da área.
II – BALANÇO POLITICO-ORGANIZATIVO
·
2.1 - Brasil
A FETRAF-BRASIL/CUT
nasceu em 2005 com participação expressiva dos agricultores familiares de todas
as regiões do país em uma conjuntura política favorável. Iniciava o primeiro
mandato do governo Lula onde existia diálogo e reconhecimento com participação
efetiva nos eventos e ações dos movimentos sociais do campo.
Esse cenário ofereceu para a FETRAF muitas
oportunidades em sua atuação institucional e em pouco tempo já éramos
referência na participação e construção de muitas políticas importantes
desenvolvidas para agricultura familiar.
Esses avanços têm contribuído cada vez
mais para a visibilidade e credibilidade da organização, mas o processo de
consolidação do projeto sindical na base e de elaboração frente às grandes
temáticas tem sido de certa forma frágil e ineficiente, não tendo até o
presente momento um programa nacional de formação sindical para os nossos
dirigentes;
A atual direção tem atuado na busca de
superar esses desafios, porém um dos fatores que impede o avanço é a
falta de estrutura para dar conta das demandas de acompanhamento aos estados,
onde enfrentamos conflitos de nivelamento na política e em critérios de criação
dos instrumentos de base, ou seja, sindicatos.
Em 2012 conseguimos dar passos para a implementação da política de auto-
sustentação, assinando o convênio com o INSS para desconto das mensalidades dos
aposentados e criando um sistema de arrecadação que precisa ser implementado
uniformemente em todo o sistema FETRAF.
Cumprido as nossas resoluções e
compreendendo a importância da unidade das organizações do campo, participamos
efetivamente do processo de construção do encontro unitário e da mobilização
nos dias 21 e 22 de agosto de 2012 com a presença de aproximadamente 1000
pessoas da base Fetrafiana.
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2.2 - Ceará
Depois de muitas inda e vindas ao
início dos anos 2000, houve um rompimento no Movimento Sindical Rural Brasileiro,
na maioria dos estados os chamados Rurais da CUT, partiram para a construção de
uma nova organização, que veio a chamar-se FETRAF, no Ceará por vários motivos
isso não ocorreu.
Com o movimento em expansão e sem
uma Coordenação abriu-se um vácuo na condução dessa proposta no estado, pessoas
comprometidas e outras de fora do movimento abraçaram essa proposta, sendo
hegemonizado por um grupo ligado a uma ONG.
Como não detinham conhecimento/experiência necessários e nem
meios, que o momento exigia, trabalharam em algumas regiões um modelo
politico-organizacional que nada tinha a ver com os princípios e diretrizes
fetrafianos/cutistas. A nossa atuação estadual, mas parecia de uma ONG: atuação direcionada
para somente uma área (habitação), centralização das decisões, não
funcionamento das instâncias diretivas, priorização de parcerias fora do campo
democrático-popular, indefinição de parceria política e pouca sintonia com os
princípios e diretrizes da FETRAF Brasil.
Ora uma idéia nova, com adversários
fortes e poderosos, sem recursos materiais e em momento de grande expansão, já
teria enormes dificuldades em qualquer
parte do mundo. Imagine essa situação associada as condições descritas acima,
não tardou, para gerar dois resultados que marcaram o nosso último
período:
a – a tarefa de
combater as ideias e estruturas da agricultura familiar no estado, por forças
poderosas ficou facilitada.
b – as criticas
internas não respondidas, foi aumentando a tensão, impedindo uma ação unitária,
que desembocou na criação de outras federações no campo da Agricultura
Familiar.
Nesse contexto tornou-se necessário a
FETRAF Nacional reconhecer como sua
representante uma das entidades e a desligar dirigentes que não adotaram os
seus princípios, o que mostrou-se em pouco tempo desnecessário; pois essas pessoas resolveram
por conta própria abandonar a nossa organização e assumirem o ideário da Força
Sindical, resolvendo por si só essa
questão, só restando pendências práticas que estão sendo resolvidas.
Passada a disputa momentânea migrou-se
para um processo de unificação das entidades e propostas, sendo que esse
Congresso aponta para a consolidação da unidade e organização da categoria da
Agricultura Familiar, estando em fase de formalização.
No atual momento vivemos um período de
transição, estamos no final do período anterior e surgimento de nova fase
politico-organizativa, com a unificação das entidades, sob a égide dos
princípios e diretrizes da FETRAF Brasil/CUT, a partir desse marco temos a
tarefa de construir um movimento da agricultura familiar: Classista e de Luta;
de Base; Democrático; Massivo; Propositivo e Inovador. Tarefa difícil, mas não
impossível, basta lembrar que apesar de sermos o setor da economia do estado que mais ocupa, até
agora inexiste movimento desse tipo por
aqui, mantendo um vazio organizacional a ser preenchido.
Princípios
e objetivos do sistema FETRAF/CUT
Com o lema "AS MÃOS QUE ALIMENTAM
A NAÇÃO", o sistema FETRAF/CUT afirma a importância socioeconômica e
ambiental, assim como a força política da agricultura familiar que para se
fortalecer e ser reconhecida necessita se organizar de forma autônoma e
independente.
O sistema FETRAF/CUT nasceu do pleno
envolvimento, compromisso e participação de homens e mulheres do campo,
constituindo-se como instrumento organizativo forte e legítimo presente no
cotidiano das lutas e das vidas dos agricultores e agricultoras familiares.
A FETRAF nasceu e se fortalece nos princípios da
Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do sonho dos trabalhadores do campo e
da cidade – homens e mulheres, jovens e idosos, todos em busca de melhores
condições de vida, melhores salários; capacitação
técnica e política; emprego, terra e participação cidadã com justiça
social. Enfim, uma sociedade democrática. Esse sonho transformado em lutas e
organização representa um sindicalismo inovador, classista, autônomo,
democrático, de massas e propositivo e orgânico à Central.
Seus fundamentos caracterizam-se pelo
compromisso com a defesa e promoção dos interesses históricos da classe
trabalhadora na luta pela construção de um modelo de desenvolvimento
sustentável e solidário, pela construção da cidadania, pela democracia plena e
pelo socialismo.
São objetivos gerais do sistema
FETRAF/CUT: Organizar e representar sindicalmente os trabalhadores na
agricultura familiar do país sob os princípios da CUT e dirigir, numa
perspectiva classista, a transformação do atual modelo agrícola e agrário por
meio da luta dos agricultores e das agricultoras familiares na defesa dos
interesses imediatos e históricos, com democratização do acesso à terra e
garantia à segurança alimentar com sustentabilidade econômica, social e ambiental;
respeito à diversidade cultural dos povos, à regionalidade e ao exercício da
cidadania participativa.
-
DESSA FORMA, A ORGANIZAÇÃO E ATUAÇÃO
DO SISTEMA FETRAF/CUT
NORTEIAM-SE PELOS SEGUINTES PRINCÍPIOS:
s Ser uma organização sindical, autônoma, representativa,
democrática e transparente, voltada para a construção de um projeto de
desenvolvimento sustentável e solidário, que contribua para a construção do
socialismo, com base nos princípios da
CUT;
s Defender e construir no cotidiano das ações uma
concepção democrática, participativa, solidária e justa de sociedade e de
Estado, estruturada na ampliação do espaço público, na defesa do interesse
público e da cidadania, no fortalecimento da sociedade civil, na busca da equidade
social e da sustentabilidade, bem como na valorização da ética e das diferentes
formas de pluralismo;
s Lutar pela universalização e ampliação dos Direitos
Humanos;
s Lutar pela eliminação das profundas desigualdades
sociais, em especial pela erradicação da miséria e da fome e, regionais, reconhecendo e respeitando as
diversidades culturais e territoriais;
s Construir e afirmar autonomia institucional perante
o Estado, organizações da
sociedade civil e setores empresariais que atuam nas áreas rurais;
s Estabelecer relações de alianças e de parcerias com
os diferentes atores sociais pertencentes ao campo democrático-popular,
fortalecendo particularmente o campo político da agricultura familiar e da
Reforma Agrária e procurando a unidade de articulação e ação coletiva.
-
TENDO
POR REFERÊNCIA OS PRINCÍPIOS, OS OBJETIVOS GERAIS QUE DEVEM EMBASAR AS AÇÕES DO
SISTEMA FETRAF/CUT SÃO:
s Representar politicamente os interesses dos
agricultores e agricultoras familiares brasileiros perante os órgãos
governamentais, as entidades da sociedade civil, as organizações internacionais
e as empresas privadas;
s Lutar pela implementação de políticas públicas e
por mudanças profundas na legislação nacional que garantam avanços efetivos
para a agricultura familiar e a Reforma Agrária;
s Executar projetos ligados à construção de
alternativas sustentáveis para viabilizar o desenvolvimento rural (organização
da produção, formação política, capacitação profissional, educação do campo, conservação ambiental,
saúde, lazer, cultura etc.);
s Promover a consolidação do novo sindicalismo, em
especial por meio do fortalecimento dos espaços de organização de base, garantindo assessoria política às FETRAFs e
FAFs;
s Incentivar, criar
e apoiar a constituição de cooperativas, associações, grupos, agroindústrias,
redes e demais formas de organização autônoma ligadas às cadeias e sistemas da produção familiar;
s Fortalecer os espaços democráticos de participação
cidadã, contribuindo para a radicalização da democracia, a consolidação da
esfera pública e a organização da sociedade civil;
s Construir uma forte articulação política entre os
atores sociais que lutam pela implementação de um projeto nacional de
desenvolvimento sustentável e solidário;
s Lutar pela defesa da igualdade de oportunidades e
contra todas as formas de exclusão e discriminação de raça, gênero, geração, etnia, credo, opção política e orientação sexual e pela valorização da cultura popular e
regional;
s Defender um modelo de relação com os recursos
naturais (terra, águas, ar, espécies vegetais e animais) tendo como base a
prudência ecológica e a preservação, de maneira a fazer dos espaços rurais
patrimônios de paisagem e de biodiversidade a serviço das populações dessas
áreas e da sociedade como um todo.
s Defender políticas e
projetos que incentivem a diminuição das desigualdades regionais, considerando
as diversidades dos ecossistemas, como a Amazônia e o Semiárido nordestino.
III – EXTRATEGIAS
E DIRETRIZES POLÍTICAS 2013/2017
A estratégia política da FETRAF CEARA/CUT passa pela construção de uma
organização sindical a partir do chão da base de produção, com liberdade e
autonomia capaz de interferir quotidianamente na construção do modelo de desenvolvimento
do estado, pautando sempre a sustentabilidade, solidariedade e justiça social.
Defendendo planejamentos de longo prazo, permanentes, concebidos com ampla
participação social queremos a demarcação do tempo para superação dos gargalos
que desde os governos neoliberais tem sido insanáveis para os agricultores,
como é o caso crônico da alta concentração da terra, da agua, a situação de analfabetismo
e extrema pobreza de milhares agricultores cearenses. É preciso ter clareza que
isto se dá porque os governos continuam não encarando a agricultura familiar
como segmento econômico, ambiental e social estratégico.
Portanto, ao não fazermos parte do centro das prioridades do estado é nos
direcionado no máximo politicas de caráter compensatórios. Fazendo com que o
processo de desenvolvimento continue enfermo sem puder avançar para novos
horizontes.
FETRAF CEARA/CUT demarca sua ação
politica contrapondo-se a este modelo de vertente neoliberal sempre! Busca, nos
diversos espaços de debate na sociedade, com os trabalhadores, nos espaços de
construção e preposição das politicas públicas e na relação com os parlamentos
o fortalecimento e expansão continua do projeto
alternativo de desenvolvimento rural sustentável e solidário propugnando para
um novo ideário de vida no campo, com a elevação da agricultura familiar para
os quadros de classe media rural.
Diante de tais complexidades e desafios, o I Congresso
da FETRAF-CEARÁ/CUT resolve estabelecer os seguintes eixos estratégicos para
balizar as lutas, mobilizações e organização da federação.
I.
Organização sindical;
II.
Organização da produção;
III.
Reforma agraria e regularização
fundiária;
IV.
Convivência com o semiárido,
V.
Gênero e etnia.
Eixo I - ORGANIZAÇÃO SINDICAL
O debate sobre a organização
sindical em determinados períodos toma corpo, no caso do campo, vivemos vários
momentos: início dos anos de 1960; o novo Sindicalismo cutista; surgimento do
MST, e mais recentemente a criação de organizações diferenciadas, como o caso
da FETRAF. Ao invés de fazermos um debate em que os diversos modelos possam
dialogar entre si e chegar a um que possa contemplar a atual realidade, ou no
mínimo um consenso em torno de um período transitório, acontece normalmente o
esquecimento de experiências/posições passadas, análises parciais e
consequentemente posturas irracionais, diante do que está correndo e ocorrerá
mais dia menos dia, que é a reorganização sindical do campo brasileiro.
Esse tópico não buscará descrever
o nosso modelo como seja o ideal para os nossos dias, procuraremos provar que a
nossa organização sindical, nunca foi,
como dizem muitos sempre desse jeito, que não foi construída pelos trabalhadores,
mas, pelos governos, que estamos mudando
e que sempre houve e haverá sindicalismo fora dos organismos “ oficiais ”
permitidos pela burguesia, enfim que a classe trabalhadora deverá ser o
protagonista de sua própria organização. Para isso recorreremos não a propostas
mas a fatos e acontecimentos passados, passíveis de comprovação, portanto
embasados na ciência, com margens de questionamentos mínimos, como se diz
contra fatos não há argumentos.
Com o fim do Estado Novo e estabelecimento da Democracia Liberal ( 1945 ), a vanguarda
política e organizada da Classe Operária ( leia-se comunistas e aliados )
tentou a organização dos camponeses.
Ignorando a legislação vigente e por achar que a organização dos camponeses
deveria ser feita dentro dos moldes de sua compreensão, iniciaram com a criação
das Ligas Camponesas e das Irmandades, que por intolerância dos coronéis “fazendeiros”
e posições fortes de seus dirigentes foram perseguidos e violentamente fechados
pela polícia, com grande repercussão nos estados de Goiás, São Paulo, Paraíba e
Pernambuco.
As Comissões Reivindicatórias constituíram-se numa
outra forma elementar de organização, nenhuma dessas organizações era
registrada nem mesmo como entidade de caráter civil.
Com o avanço do movimento essa
corrente passou a incentivar a criação dos sindicatos rurais de acordo com a
legislação em vigor, iniciado nos anos 1950-52, tendo sido formado até 1957, 50
sindicatos em vários estados, que levaram a efeito grandes lutas. Reconhecidos
foram somente os sindicatos de Barreiros (Pernambuco), Ilhéus e Itabuna ( Bahia
), mesmo assim, depois caíram nas mãos dos inimigos dos trabalhadores.
Diante da legislação sindical vigente e da dificuldade
de organizar os camponeses, tiveram a ideia de formar associações, que se
propunham lutar em defesa dos camponeses, lutar pela reforma agrária, por
melhores salários, por financiamento, por tudo aquilo que necessitavam.
Ademais, o Partido Comunista tinha sido colocado na ilegalidade então era uma
maneira que tinham descoberto de poder estar presente nas entidades e em suas
lutas, não existia nenhuma legislação que
proibisse de fazer aquilo, a lei permitia as associações.
Com 29 associações em 1957, foi
criada a FALTAC – Federação das Associações de Lavradores e Trabalhadores na
Agricultura do Estado do Ceará, sob a presidência de Jesus Batista (Assaré), em
seguida Américo Silvestre (Aracati) e Vicente Pompeu (Iguatu), tendo José
Leandro como Secretário Geral.
Era o inicio da década de 60, o
Brasil respirava outros ares, a FALTAC, resolveu mudar de estratégia e começou
a transformar as associações em Sindicatos, para tanto definiu que os filiados
dessas instituições deveriam migrar a
Sindicatos de três categorias:
a – Trabalhadores na Lavoura – assalariados;
b – Pequenos Produtores Autônomos – pequenos
arrendatários, meeiros e parceiros;
c – Pequenos
Proprietários e Posseiros Rurais – pequenos proprietários e posseiros.
Foi o momento de mais luta do
movimento sindical rural cearense, dando prosseguimento a estratégia em outubro
e novembro de 1963, a FALTAC, deu origem a três federações: Federação dos Trabalhadores na Lavoura do
Estado do Ceará, formada por 07 sindicatos de assalariados, sob a presidência
de Jesus Batista de Oliveira;
Federação dos
Trabalhadores Autônomos Rurais do Ceará, com 13 sindicatos e presidida por
Vicente Pompeu da Silva;
Federação dos
Pequenos Proprietários e Posseiros, sob a presidência de José Vitoriano de
Souza, de Caridade.
Conforme informação do Ceará de
17/11/1963, que consta de levantamento nacional de 02/12/1963, a quantidade de
sindicatos era essa.
SIGLA
|
NOME
|
CATEGORIA
|
QUANT.
|
STL
|
Sind. dos
Trabalhadores na Lavoura
|
Assalariados
|
19
|
STAR
|
Sind. dos
Trabalhadores Autônomos Rurais
|
Pequenos
arrendatários, meeiros e parceiros
|
21
|
SPPP
|
Sind. Peq.
Proprietários e Posseiros.
|
Proprietários
e Posseiros
|
08
|
SPPAR
|
Sind. Peq.
Produtores Autônomos Rurais.
|
Pequenos
Produtores autônomos
|
08
|
STPER
|
Sind. dos
Trabalhadores na Produção Extrativa Rural
|
Extrativistas
Rurais
|
01
|
STP
|
STP de
Caridade, Inhuporanga e Paramoti
|
Regional
|
01
|
STP,SAAR,
SPRR,SRPR
|
Outros
|
04
|
|
TOTAL
|
62
|
Na tradição
oral e nas pesquisas realizadas chama atenção alguns
aspectos, tais como.
a – Haviam
sindicatos Distritais ( localidades ) um STAR em Assunção ( Itapipoca ), um
STAR em Semoaba, um SPPP Mangabeira ( Lavras da Mangabeira ), um STL em
Semoaba, um STL em Guanacés ( Cascavel ). Sem contar os municípios que eram
distritos antes de 17 de novembro de 1963, com os sindicatos criados pelo Bispo
na região do Cariri e os criados espontaneamente sem acompanhamento da FALTAC e
das novas federações.
b – Um município
como Itapipoca chegou a ter 07 sindicatos: um STAR ( Sindicato dos Trabalhadores Autônomos
Rurais ), um SPPP ( Sindicato de
Pequenos Proprietários e Posseiros),
STL ( Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura ), STPER ( Sindicato dos
Trabalhadores na Produção Extrativa Rural ) e um STP, e outro no Distrito de
Assunção.
c – Nessa época
haviam somente 10 sindicatos reconhecidos, sendo a maioria regional, ligada ao
Bispo do Crato, que também tinha criado uma federação.
Naquele período também existiam os sindicatos
comprometidos com os coronéis fazendeiros – a direita da época – que foram
constituídos fora do ideário de defesa da classe operária, criados sob os
auspícios da Fundação Padre Ibiapina, da Diocese do Crato, que tinham o apoio
direto do Bispo, por isso os comunistas o chamavam de Sindicato do Bispo. Como
o Cariri sempre teve uma tradição de rebeliões armadas e era fronteira com
Pernambuco, essas entidades tiveram como prioridade barrar a constituição de
Ligas Camponesas na região. Agora imagine dos 10 sindicatos reconhecidos
quantos eram dessa tendência, quem respondeu a maioria acertou calma
Companheiros desde os Camaradas, sempre quem levou vantagem nos Reconhecimentos
sindicais foi a Direita, no caso os Sindicatos do Bispo é claro, que por sinal
eram tão fracos que nem participaram das Assembleias de criações das federações
no final de 1963, até por que perderiam as votações, agora se só votassem os
sindicatos reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, eles teriam ganhado.
Para os que não têm
conhecimento, os mal intencionados e os incautos que vociferam contra estrutura
fetrafiana e principalmente para que não restem dúvidas exibiremos
a seguir um quadro de Sindicatos Regionais, de setembro de 1963 organizado
pela Divisão de Organização Rural da SUPRA, que para o desgosto dessas pessoas
acima foram financiados patrocinados pelo governo, coronéis-fazendeiros e
igreja, contra o ideário da ULTAB-
Frente Única ( hegemonizados pelos velhos comunistas ), pessoas que hoje são os
continuadores da política sindical do governo de plantão e dos
coronéis-fazendeiros.
NOME
|
AREA
ABRANGÊNCIA
|
C. S.
DATA
|
D. O.
DATA
|
Sindicato
Trabalhador Rural
|
Barbalha, Pena
forte, Jati, Porteiras e Jardim.
|
21.05.62
|
29.05.62
|
Sindicato
Trabalhador Rural
|
Brejo Santo,
Abaiara, Milagres, Mauriti e Barro.
|
||
Sindicato
Trabalhador Rural
|
Juazeiro do
Norte, Cariri Açu, Missão Velha e Aurora.
|
13.05.62
|
29.05.62
|
Sindicato
Trabalhador Rural
|
Crato, Nova
Olinda, Santana do Cariri, Araripe, Altaneira e Farias Brito.
|
13.05.62
|
|
Sindicato
Trabalhador Rural
|
Várzea Alegre,
Junco, Lavras da Mangabeira, Ipuamirim, Baixio e Umari.
|
13.05.62
|
29.05.62
|
Como vimos esses dados são
referentes somente ao Ceará, de
setembro, novembro de 1963 e 31 de março de 1964, com o Golpe houve
intervenções na Contag, nas federações, sindicatos com orientação dessa
entidade, com sindicalistas fugidos,
presos ou mortos, ocorreu a paralisia das atividades. Com a mudança na direção
da Confederação, a legislação sob égide da CLT, o Ministério do Trabalho definiu
que existiria somente uma federação por
estado e somente um sindicato em cada município, com os sindicalistas
comprometidos fora do caminho, as lideranças aliadas ao latifúndio e aos
patrões, foram aos poucos assumindo as direções dos sindicatos, federação e
confederação. No Ceará a direção só foi recomposta em 1966, sob a presidência
de Otávio Ferreira Gomes ( Itapipoca ), durante o seu mandato solicitou a
ressalva da Carta Sindical, que estava sem reconhecimento desde o Golpe de 64,
em 18 de dezembro de 1968 este documento
foi concedido, para alcançar tal feito o movimento sindical rural cearense teve
que negar seu passado de lutas e enquadrar-se no modelo “ oficial ”, imposto
pelo regime ditatorial. Impossibilitado
de realizar atividades sindicais, as
entidades perdem o sentido, aí a Ditadura dar o golpe de misericórdia,
colocando o assistencialismo dentro do sindicato, que passaram ser meramente
assistencialistas, em substituição as ações que seriam responsabilidades
do governo, inicia-se assim uma nova era
marcada pelo desprezo as lutas e o alinhamento como os governo de plantão e a
direita conservadora.
Como tudo não dura para sempre, no
Ceará os ventos do Novo Sindicalismo,
chegaram ao campo pelas mãos de ONGs, do Partido dos Trabalhadores,
sindicatos urbanos e poucos sindicatos
de trabalhadores rurais, todos comprometidos com o novo ideário cutista, que
defendia um sindicalismo de luta,
democrático e de massas, com uma estrutura independente das entidades ditas oficiais ( descritas acima ), movimento que ganhou visibilidade estadual
com a criação do Departamento Estadual
dos Trabalhadores Rurais da CUT, que
teve como Presidente o Sindicalista Antônio Amorim, Secretário Geral Arimatéia Anselmo, Roque Melo
Secretário Política Agrícola e outros, já contava com representantes de
todas as regiões do estado.
Os Rurais da CUT (Departamento
Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT) mudam de estratégia, todos foram para
dentro da estrutura oficial para disputar a Contag, estratégia que com o tempo
revelou-se errada, com a decisão desse campo de romper e criar uma nova
organização, nem todos que no passado defenderam essa proposta, acompanharam
essa decisão, que foi senão admitir o erro e
restabelecer a proposta acordada por todos no alvorecer do Novo Sindicalismo. Aninharam-se sem nenhum
pudor dentro da estrutura oficial, que passaram a vida toda a criticar, achando
pouco passaram a partir dela, usando os mesmos instrumentos do passado (parceria
com o governo atrasados e patrões, legislação anti-sindical, justiça burguesa,
dirigentes direitistas) a desfechar ataques e combater as ideias e estruturas
que eles mesmos ajudaram a construir. Exemplo disso é o que está escrito nos
Princípios e Estatutos do PT e CUT, defendendo a liberdade e autonomia sindical,
que eles fazem questão de rasgar na prática quotidiana, com as atitudes
descritas acima e outras mais que nem valem a pena escrever nessa tese.
Política que só poderia dar no
sindicalismo apático, teatral, corrupto, aliancista, neoliberal, que tem sua
parte mais visível no assistencialismo-clientelismo praticado no encaminhamento
das aposentadorias, salários maternidades e pensões, que se tornou a única ação
da esmagadora maioria dos sindicatos, em vez de ser uma das suas ações. Essa política sindical tem como objetivo
principal, o mesmo da pele que separa a cangalha do corpo do animal, que é o de
amortecer os efeitos da cangalha no lombo, comumente chamado na região Sul de
pelego, daí a denominação de sindicatos pelegos. A estrutura sindical para eles
tem como princípio, meio e fim, amortecer os efeitos das políticas dos governos
de plantão e empresários nas costas dos agricultores, fazer com que elas doam
menos, jamais, questionam quem fez essas políticas? Para que essas políticas?
Quais os efeitos delas a média e longo prazo? Como insistentemente negam seu
passado de lutas e são uma espécie de segunda geração da pelegada rural, são
agora denominados de sindicatos e sindicalistas neo-pelegos.
Com a base complexa, condições naturais
diversificadas ( serra, sertão e litoral ), sem bandeiras unificadoras,
priorização de somente uma área,
estrutura imposta pelo estado e fora da realidade, causaram a pouca
representatividade, tendo o seu aspecto mais visível no baixo índice de sindicalização.
Exemplo é que no momento estão de fora
dos movimentos a grande maioria dos trabalhadores na agricultura familiar,
portanto no Ceará existe campo para organizações de várias matrizes, ter uma
postura contra novas organizações, demonstra insegurança e postura arrogante,
diante de um processo irreversível, que pode até ser adiado, mas jamais
detido.
Romper a apatia, superar esse
ciclo, inaugurar uma nova época e nada mais do que viver na prática os ideais
das Irmandades, das Ligas Camponesas, do Máster, da ULTAB, das
Associações Sindicais, da FALTAC, das Federações pré-64, portanto
devemos ser um sindicalismo como agente efetivo
(embora não único) de transformação social, tendo as
seguintes características:
a.
Classista
e de luta intransigente pelos direitos da categoria e dos trabalhadores, como
componente da disputa de classe na sociedade e de hegemonia pelo modelo de
desenvolvimento que defendemos;
b.
De
base: a existência de trabalho de base e de organização de base (local de trabalho
e moradia) é condição para ser Fetraf. Fetraf tem raiz;
c.
Democrático:
existência e respeito às instâncias, participação, proporcionalidade,
direção coletiva, valorização das pessoas;
d.
Massivo:
muita gente e em muitos lugares, participação efetiva em todos os processos;
e.
Propositivo:
lutar sim, mas também fazer e desenvolver ações e projetos inovadores;
f.
Inovador:
ousadia em propor e programar rupturas e criatividade.
De acordo com estas reflexões a I CEAF/CE resolve
estabelecer os seguintes critérios e diretrizes para balizar, orientar a
sistema FETRAF no Ceará.
1 – FRENTES DE LUTAS.
- Organização e Gestão
Sindical.
- Reconhecimento
Sindical.
-
Divulgação e Atuação em Rede.
- Organização da produção.
-
Instrumentos de Apoio a Produção: Financiamento, ATER e Infraestrutura.
- Convivência com o semiárido.
2.1 - ESTRUTURA ORGANIZATIVA.
2.1.1) Direção Ampliada:
É
composta pela Coordenação Executiva (membros efetivos e suplentes), Conselho Fiscal, representantes dos Sindicatos Regionais ( proporcional a filiados
em dia ), dirigente integrante da Direção
da Central que a FETRAF pertença. Salvo as deliberações do
Congresso e das Assembleias é a instância que tem por função elaborar,
discutir, decidir e acompanhar a implementação da linha política e ações da FETRAF Ceará.
2.1.2) Coordenação Executiva:
É a instância que tem por função
realizar a execução cotidiana das políticas da Federação, implementando as
decisões da Direção Ampliada, com acompanhamento e orientação direto da mesma.
Na prática são os representantes escolhidos pelo Congresso ou em eleição direta
para representar FETRAF no seu dia-a-dia. Será composta por 09 coordenações com
08 suplentes, são elas:
-
Coordenador (a)
Geral;
-
Coordenador (a)
de Secretaria Geral e Comunicação;
-
Coordenador (a)
de Gestão e Finanças;
-
Coordenador (a)
de Organização Sindical e Formação;
-
Coordenador(a) de
Politica Agrícola e Sócio economia
solidária;
-
Coordenador(a) de
Jovens;
-
Coordenador(a) de
Mulheres e Etnia;
-
Coordenador(a) de
Políticas Sociais;
- Coordenador de Politica Agrária e Meio Ambiente.
_ Coordenador(a) de habitação,
2.1.3) Conselho Fiscal:
Tem como função à fiscalização de toda
a movimentação financeira da federação, sugerindo quando forem
necessárias, mudanças administrativas e de
gestão. Será composto por três membros efetivos e três suplentes.
2.1.4) Sindicato Regional / Associação Sindical Regional.
Comporão a nossa estrutura os
Sindicatos Regionais, Associações Sindicais a nível regional, que tenham os seus estatutos aceitos pela
Direção Ampliada. Logo mais aprofundaremos o papel dessas estruturas.
2.1.5) Sindicato Municipal ( inclusive STTR ) / Coordenação Municipal / Associação
Sindical Municipal / Oposição Sindical.
A nível municipal comporão a nossa
estrutura os Sindicatos Municipais, Coordenações Municipais dos Sintraf`s
Regionais, Associações Sindicais, que tenham os seus estatutos aceitos pela
Direção Ampliada e Oposições Sindicais que tenham participado das eleições
sindicais e sejam reconhecidas pela Direção Ampliada. Logo mais aprofundaremos
o papel dessas estruturas.
2.1.6) Representantes Locais.
Poderão ser Agentes de
Desenvolvimento Local, Núcleos Comunitários, Comissões Comunitárias ou
Distritais, Grupos Formais e Informais, Associações locais, Cooperativas a
Critério do Sindicato.
2.1.7) Os Sindicatos
Regionais/Municipais, as Associações Sindicais, as Oposições Sindicais, são
orgânicas a FETRAF.
2.1.8) A participação na estrutura
organizativa e nas instâncias, obedecerá o critério da proporcionalidade na
direção e representação, obedecendo também a cota de 30% ( trinta por cento )
para as mulheres.
2.2– INSTÂNCIAS DE DISCUSÕES E
DELIBERAÇÕES:
2.2.1) Encontros de Base:
É a instância ligada diretamente às
famílias de agricultores e tem como característica principal, propiciar que
todas elas participam ativamente da vida do sindicato, recebendo informações e
emitindo suas idéias e opiniões. As reuniões deverão ser abertas a todos
agricultores familiares locais e realizará atividades como estudos, planejamento,
avaliações, encaminhamento de políticas
e estratégias para o sindicato.
Os Encontros de Base deverão acontecer
de forma cotidiana de acordo com a vida de cada comunidade, núcleo ou grupo.
2.2.2) Assembleias Municipais:
É a instância que faz a ligação/mediação
entre a base (comunidades, grupos,
núcleos e organizações econômicas ) e a região. Deverá acontecer
anualmente para deliberar sobre questões pertinentes à região ou então
específicas ao município. Extraordinariamente poderá reunir-se quando a
necessidade convier ou algum assunto de relevância tenha que ser deliberado.
Participam das Assembleias Municipais todos os agricultores e agricultoras
familiares filiados ao Sindicato. No caso do Sindicato Municipal é a instância
máxima, submetida somente as deliberações dos Congressos Municipal e Estadual,
salvo no caso de relação com a FETRAF Estadual, que só terão validade depois de
homologadas pela Direção Ampliada, cabendo recurso a Assembleia Estadual.
2.2.3) Assembleias Regionais:
É a instância que faz a
ligação/mediação entre os municípios (
municípios, associações sindicais, oposições, organizações econômicas) a região
e o estado. Deverá acontecer anualmente para deliberar sobre questões
pertinentes à região ou então específicas ao município. Extraordinariamente
poderá reunir-se quando a necessidade convier ou algum assunto de relevância
tenha que ser deliberado. Participam das Assembleias Municipais todos os
agricultores e agricultoras familiares filiados quites ao Sindicato Regional.
2.2.4) Plenárias Regionais:
De caráter facultativo, desde que o
Sindicato participe da Plenária Estadual, deverá acontecer em anos que não
tenham havido Congresso Regional.
2.2.5) Congresso Regional:
É o fórum máximo de deliberações do
Sindicato Regional e deverão acontecer a cada três anos. Para assegurar a ampla
participação de seus associados, os delegados para o Congresso Regional deverão
ser eleitos tanto nas instâncias de base (encontros de grupos, núcleos e
comunidades) e também nas Assembleias Municipais.
Participa do Congresso todo sócio ou
sócia do Sindicato que participarem das etapas preparatórias locais e/ou
municipais e que esteja em dia com as obrigações perante a entidade. A Assembleia
Municipal será a responsável pelo estabelecimento da cota de gênero, podendo
nesta instância haver alterações de representação de acordo com a necessidade
proveniente única e exclusivamente deste
aspecto.
- 2.2.6- Assembleias
Estaduais:
É a instância que faz a
ligação/mediação entre as regiões (municípios, sintraf´s regionais, associações
sindicais regionais, organizações econômicas regionais) o estado e nacional.
Deverá acontecer anualmente para deliberar sobre questões pertinentes à estado
ou então específicas a uma região, possui caráter recursal de acordo com os
Estatutos e Extraordinariamente poderá
reunir-se quando a necessidade convier ou algum assunto de relevância tenha que
ser deliberado. Participam das Assembléias Estaduais todos os Sintraf`s
Regionais, Associações Sindicais Regionais, Sindicatos Municipais orgânicos ao
Sistema FETRAF e os membros da Coordenação Executiva, não podendo em hipótese
alguma deliberar contra os princípios e
diretrizes desse sistema.
2.2.7) Plenárias Estaduais:
Realizada anualmente exceto naqueles
que ocorrerem congressos, terá como objetivo atualizar/detalhar as deliberações do congresso e aprofundar a
discussão de determinados temas, se constar da convocação poderá decidir sobre
temas inerentes a Assembleias Estaduais. Participam das Plenárias Estaduais os Sintraf`s Regionais, Associações Sindicais
Regionais, Sindicatos Municipais orgânicos ao Sistema FETRAF, Oposições
Sindicais reconhecidas, Organizações Econômicas parceiras, tendo o seu
Regimento Interno aprovado pela Direção Ampliada.
2.2.8) Congresso Estadual:
É o fórum máximo de deliberações da FETRAF-CE
deverá acontecer a cada quatro anos. Para assegurar a ampla participação dos associados
das instituições do sistema, os delegados para o Congresso Estadual deverão ser
eleitos tanto nas instâncias de base (encontros de grupos, núcleos e
comunidades), nas instâncias municipais e
regionais..
Participam do Congresso todo sócio ou
sócia dos Sindicatos Regionais, Municipais, Associações Sindicais, Oposições
Sindicais que participarem das etapas preparatórias locais/municipais e/ou
regionais e que esteja em dia com as obrigações perante a entidade, bem como
observadores e convidados. A Assembleia Municipal ou Regional será a
responsável pelo estabelecimento da cota de gênero, podendo nesta instância
haver alterações de representação de acordo com a necessidade proveniente
única e exclusivamente deste aspecto.
2.3 – SINDICATO REGIONAL
Como está provado é no nível regional
ou territorial que acontecem os processos de desenvolvimento e é por isso que
mesmo com uma única política econômica para todo o país ( política
macroeconômica ) algumas regiões se desenvolvem mais e outras menos.
Influenciam as questões físicas como o solo, clima, relevo, etc., mas também
fazem parte desta diferenciação as organizações sociais e econômicas presentes
em cada uma delas.
Os municípios não se desenvolvem
isoladamente. Eles sofrem influências recíprocas, tanto positivas como
negativas. Quando falamos em projetos de desenvolvimentos municipais, se estes não
forem articulados com os municípios vizinhos do seu território, as chances
deste não chegar a lugar nenhum é muito grande.
É neste contexto que nasce e se
sustenta a ideia do Sindicato Regional.
Portanto, sindicato forte é sindicato que consegue reunir uma massa
pensante capaz de produzir e elaborar propostas direcionadas estrategicamente
para o desenvolvimento dos municípios e região. Sindicato atuante é aquele que
consegue reunir forças para negociar e lutar pelas suas propostas, agregando
outros atores que compartilhem com elas. Sindicato eficiente é aquele que
consegue aperfeiçoar seus recursos humanos e financeiros, que na maioria das
vezes são parcos ou insuficientes para as demandas do dia-a-dia e do seu
projeto de desenvolvimento. Imagine se for um sindicato municipal, as coisas
ficam mais difícil ainda, criando certa tendência de se apoiar em uma da
oligarquias locais ou ao partido da maioria dos membros da direção, fatores que
acabam por diminuir a autonomia política tão necessária ao desenvolvimento do
nosso trabalho.
O Sindicato Regional é a
organização que pode de fato modificar a cara dos nossos pequenos municípios,
pois podem na prática se tornar atores com força e consistência capazes de
mudar as realidades locais. Ressaltando o ditado a UNIÃO FAZ A FORÇA, um
sindicato no município, isolado, sozinho, não consegue mudar a realidade. A forma mais eficiente de efetivarmos esta
união é através da construção e consolidação de SINDICATOS REGIONAIS fortes,
propositores, atuantes e combativos, que reúnam capacidades e condições para
realizarmos as mudanças necessárias.
Em primeiro lugar,
alguns princípios devem nortear a construção e estruturação do Sindicato
Regional. Entre estes, destacamos:
- Ser autônomo, transparente e democrático, voltado para a construção da cidadania e da solidariedade, bem como da emancipação dos agricultores e agricultoras familiares;
- Ser uma organização classista, de luta e de massas, a partir da consolidação do ator agricultura familiar como ente estratégico na construção de um projeto de desenvolvimento sustentável e solidário, tanto para o meio rural como para toda a sociedade;
- Garantir a igualdade de oportunidades, lutando contra toda forma de exclusão e discriminação seja ela de gênero, geração, raça ou credo religioso;
- Estar fortemente inserido na base e no cotidiano da vida dos agricultores familiares, intervindo em seu processo organizativo social e econômico, buscando o fortalecimento e a inserção no território;
- Romper com o sindicalismo tradicional e com as práticas assistencialistas, corporativistas e subservientes ao Estado e todas suas esferas;
- Desenvolver suas ações sempre com o intuito de contribuir para a construção de um projeto de desenvolvimento sustentável e solidário baseado na agricultura familiar, na convivência solidária, na realização da reforma agrária, em tecnologias e relações que garantam vida digna, preservação ambiental, segurança alimentar e soberania da nação;
- Combinar a atuação regional ou no território, com as ações nos outros espaços de intervenção – estadual macrorregional e nacional.
2.3.1) ESTRUTURA ORGANIZATIVA.
Comporá o Sindicato Regional, as
Associações Sindicais Municipais que tenham os seus estatutos aceitos pela
Direção Ampliada da FETRAF, as Oposições Sindicais, reconhecidas pela nossa
federação.
- COORDENAÇÃO GERAL:
É
composta pela Coordenação Executiva, Conselho Fiscal (membros efetivos e
suplentes), pelos representantes das Coordenações Municipais (de acordo com o
número de sócios quites ) de cada
município que o sindicato abrange, dirigente integrante
da Direção da central que a FETRAF
pertença, com filiação sindical na área de abrangência e do ramo da Agricultura
Familiar. Salvo as deliberações do Congresso e das Assembleias é a
instância que tem por função elaborar, discutir, decidir e acompanhar a implementação
da linha política e ações do SINTRAF
Regional.
- COORDENAÇÃO EXECUTIVA:
É a instância que tem por função
realizar a execução cotidiana das políticas do sindicato, com acompanhamento e
orientação da Coordenação Regional. Na prática são os representantes escolhidos
pelo Congresso ou em eleição direta para representar o sindicato no seu
dia-a-dia. Será composta de no mínimo 05 ( cinco ) e no máximo 11 ( onze ) coordenações
com suplentes, tendo com referência a
Coordenação Executiva da FETRAF Estadual.
- CONSELHO FISCAL:
Tem como função à fiscalização de toda
a movimentação financeira do sindicato, sugerindo quando forem necessárias, a
mudança administrativa e a gestão do sindicato. Será composto por três membros
efetivos e três suplentes.
- COORDENAÇÕES MUNICIPAIS:
São as instâncias executivas dos
municípios que têm como papel fundamental garantir os encaminhamentos e a
execução das decisões tomadas a nível regional na sua base. Deverá trabalhar em
sintonia com a Coordenação Executiva.
Pela sua constituição, de no mínimo 03 ( três ) e no máximo 07 ( sete )
coordenações, deverá proporcionar uma atuação dinâmica e ágil ao sindicato. A composição terá suplentes, tendo como referência
a composição da Coordenação Executiva do SINTRAF, adaptada a realidade
municipal.
-
REPRESENTAÇÃO LOCAL
Será a denominação dada ao(a)
representante do sindicato dos núcleos de base, grupos de base, ou comunidades,
associações locais, cooperativas. Estes(as) deverão ser escolhidos na
respectiva instância de base e homologados pela Assembleia Municipal. Terão
como função prioritária, fazer a ponte entre o sindicato e sua base de
representação, nos vários aspectos desenvolvidos, desde a organização sindical
até a organização da produção.
2.3.2) INSTÂNCIAS DE DISCUSÕES E
DELIBERAÇÕES:
- ENCONTROS DE BASE:
Ver item 2.2.1
- ASEMBLÉIAS MUNICIPAIS:
Ver item 2.2.2
- ASSEMBLÉIAS REGIONAIS:
Ver item 2.2.3
- CONGRESSO REGIONAL:
Ver item 2.2.5
2.4
– ASSOCIAÇÃO SINDICAL
As associações sindicais da
agricultura familiar são instâncias orgânicas da FETRAF e SINTRAF ( quando
municipal ), onde não existir estrutura sindical própria, tendo caráter
provisório até que seja criada a estrutura adequada aquele município/região.
2.4.1)
OBJETIVOS
-
Implementar as políticas da
FETRAF/SINTRAF no município ou região.
- Ser um instrumento para avançar no
processo organizativo sindical no município/região;
2.4.2) ESTRUTURAS E INSTÂNCIAS:
A estrutura organizativa e as
instâncias deverão seguir a mesma lógica do Sindicato Regional, adaptada ao
caráter associativo que a mesma possui.
2.4.3) DOS ESTATUTOS:
- Para a participação plena no
sistema, os estatutos das associações sindicais deverão ser aceitos pela
Direção Ampliada da FETRAF Estadual.
2.5 – SINDICATO MUNICIPAL
Os sindicatos municipais seguem os
mesmos princípios/diretrizes, estrutura, instâncias e demais deliberações
aplicados ao Sindicato Regional.
2.5.1) ADAPTAÇÃO:
- No período de 03 anos o Sindicato
Municipal, integrará um regional ou
extenderá sua base, onde as condições permitirem, a critério da Direção
Ampliada.
- Após esse prazo a permanência de
sindicatos municipais dependerá de consulta a Coordenação Nacional e aprovação
da Assembleia Estadual.
2.5.2) CRIAÇÃO DE SINDICATOS MUNICIPAIS:
- Só poderão
ser criados sindicatos municipais, com prévia Consulta a Coordenação Nacional e
aprovação da Diretoria Ampliada, obedecendo aos seguintes parâmetros mínimos:
. município com mais de um ecossistema (Serra, Litoral,
Caatinga,Aluvião, Chapada)
. possua localidades ( distritos ) com
grande aglomeração de agricultores familiares;
. municípios acima de 50.000
habitantes.
2.6 – OPOSIÇÕES SINDICAIS.
Poderão participar do nosso sistema
oposições sindicais que tenham participado de eleições sindicais.
2.6.1) ADESÃO E RECONHECIMENTO
- Apresentar ata
da eleição que disputou e documento em que concorda com os princípios/diretrizes da
FETRAF/Brasil/CUT.
- A Oposição
Sindical, só passará a integrar plenamente os quadros do sistema após aprovação
da Direção Ampliada.
- Poderão
participar como observadora oposições a
convite da Coordenação Executiva.
2.6.2) OBJETIVOS:
-
Implementar as políticas da
FETRAF/SINTRAF no município.
- Ser um instrumento para avançar no
processo organizativo sindical no município;
-
Ganhar o STR e integrá-lo ao sistema.
- Outras regras devem ser
definidas pela Direção Ampliada.
2.7
– CRITÉRIOS PARA ACEITAÇÃO NO SISTEMA FETRAF-Brasil/CUT
- Ter, sindicatos já constituídos há mais de 6 meses e no mínimo 100 associados em dia. Sindicato já criado dentro da Fetraf, ele tem o prazo de 06 meses para alcançar este mínimo de 100 sócios.
- Realizar Assembleia Geral aprovando a aceitação dos princípios/diretrizes da Fetraf e entregar a documentação em até 60 dias.
- Disponibilizar estrutura física, equipe capacitada, estar informatizado.
- Firmar compromisso de utilizar o sistema de informática da FETRAF-BRASIL.
- Conhecer a história Movimento Sindical e do Novo Sindicalismo (FETRAF), bem como acatar explicitamente seus princípios.
- Demonstrar que coloca em prática os princípios do Novo Sindicalismo e da FETRAF. Que atua para que os agricultores/as acessem as políticas públicas.
- Firmar compromisso que mediante qualquer acusação, a FETRAF terá acesso a todas as informações, documentos a respeito do caso e que a entidade executará as penalidades por ventura impostas aos possíveis infratores.
- Previsão e definição clara de contribuição para o Sistema Fetraf.
2.8 – CRITÉIROS PARA PARTICIPAÇÃO NOS EVENTOS DO SISTEMA:
- Comprovação de organicidade da entidade ou oposição sindical ao Sistema FETRAF, através de Ata/documento atestando o feito por parte do SINTRAF / STR / ASSOCIAÇÃO/OPOSIÇÃO com a Federação;
- Estar em dia, financeiramente e documentalmente,
- Ter, no mínimo, 100 associados em dia;
- Todo Sindicato que não conseguir cumprir estes critérios terá direito de participar com 1 (um ) observador.
2.9
– RECONHECIMENTO SINDICAL.
Como foi
provado no texto sobre Organização Sindical, o reconhecimento não garante a
representação sindical, pois antes de 1963, não havia reconhecimento, mesmo
assim foi o período que houve mais lutas no movimento sindical cearense. Por
outro lado desde 1968, os sindicatos de trabalhadores rurais e a Federação,
tornaram-se “ oficiais ”, isso nunca impediu o aparecimento do MST, das
Associações independentes, dos movimentos de atingidos por barragem, do
Movimento de Pequenos Agricultores e dos próprios sindicatos da agricultura
familiar, portanto, quando fala-se em reconhecimento, devemos lembrar que
nenhum documento garante a representação, pois ela realiza-se na prática, no
chão da unidade de produção, na comunidade, no Distrito, no município,
território, instâncias estaduais e nacionais, sendo essa a nossa prioridade
zero.
- Elaborar
e implementar um plano de Lutas, em conjunto com as outras FETRAF`s e FAF`s,
coordenado pela FETRAF Brasil, visando obter
junto ao Ministério do Trabalho, o reconhecimento oficial da categoria
da Agricultura Familiar.
2.10
– DIVULGAÇÃO E ATUAÇÃO EM REDE.
·
Realizar levantamento de
sistemas eletrônicos utilizados pelo Sistema FETRAF/SINTRAF´s e os meios
utilizados de conexão a internet, bem de telefonia móvel.
·
Levantar os meios de
divulgação utilizados pela FETRAF/ SINTRAF`s.
·
Construir e implementar uma política
estadual de divulgação e atuação em rede.
·
Criar e manter um site da
FETRAF Ceará, mantendo convênios com FETRAF Brasil, FETRAF Sul, DESER,
Federações da Agricultura Familiar e órgãos ligados ao desenvolvimento rural.
EIXO II - ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
Do início
dos anos 80, com o fim das Cooperativas de algodão e seu modelo
tradicional/empresarial, saltamos para a década seguinte com a tentativa do MST
em criar a sua Cooperativa Central, com organismos econômico-produtivos sem
consistência e esparsos, sem nenhuma retaguarda, assistimos as ONG`s
trabalharem a organização da produção de forma fragmentada, com cada uma
cuidando de um setor. Nesse contexto sobressaíram-se experiências isoladas como
o Banco Palmas, Cooperativas e associações produtivas, principalmente nos
assentamentos, nenhuma de caráter estadual, são marcas do fracasso de
organizações econômicas que sejam
socialmente justa, economicamente viável e produção sustentável.
Ainda nessa área o Ceará
protagonizou um fato inédito, com o objetivo de romper com a mediação
clientelista feita por políticos ultraconservadores, no seu início o “mundancismo”,
lança mão de um instrumento pouco usado, até aquele momento histórico, que foram
as associações.
Instrumentos usados no passado
pelos chamados comunistas, que ao longo do tempo foram mobilizados e apoiados
pelas comunidades eclesiais de base e pelo Novo Sindicalismo Cutista, sendo que
a direita usava essas entidades apenas com objetivos de fazer clientelismo e
opções de lazer.
O MUDANCISMO levava os benefícios
estatais diretamente às massas, sem intermediações, com isso afastou de uma só
tacada a ameaça dessas entidades irem para o campo de influência esquerdista e
a superação do modelo anterior. Como era a primeira experiência de cunho neoliberal
no país, carregaram na dose, chegando a ser criadas 20.000 associações comunitárias
no estado, sem nenhum acompanhamento sério e com o único objetivo de receber projetos
do Governo do Estado e dar retorno eleitoral. Com isso multiplicam-se as
lideranças clientelistas, esse processo foi tão intenso que conseguiu cooptar
até associações do campo popular (formadas pela igreja e sindicatos cutistas).
Seja em projetos em que
substituía a ação do estado (eletrificação ou abastecimento d água) ou
produtivos (implementos, trator, artesanato, casa de farinha, agro
industrialização castanha ou leite), o que se viu foi uma verdadeira corrida a
benesses do estado, sem a discussão porque do projeto? Para que o projeto? A quem servirá? Quais
seus efeitos a médio e longo prazo? Trabalho que satisfez plenamente os
objetivos políticos-eleitoreiros, mas que criou uma gama enorme de entidades
sem funcionamento, gerando a inatividade organizativa e burocrática, chegando a
descrédito quase absoluto desse
instrumento organizativo, como uma ferramenta de luta e desenvolvimento.
Vale salientar, essa a única
referência de organização de produção que a maioria esmagadora dos cearenses possui
ultrapassar essa visão, construir/reconstruir organizações e organiza-lás em
nível de estado é entrar num terreno sem nenhuma referência anterior.
Num contexto em que a maioria do
território cearense é encravada no sertão, com o nosso setor primário que sairá
da seca incipiente, acrescido da realidade descrita acima, precisamos pautar na
agenda de discussão, a questão ambiental e o mega-projeto Eixão das Águas.
Com basicamente três zonas
produtivas (serra, litoral e sertão). Com a maior parte do litoral ocupado pela
monocultura do caju e a atração exercido pelos grandes aglomerados nessas
populações rurais, resta-nos basicamente as serras e o nosso sertão que no
momento encontra-se ainda mais fragilizado, clamando por soluções urgentes. O
inusitado de tudo isso é que dispomos de recursos tecnológicos, grande soma de
recursos, então por que não conseguimos sair dessa enrascada secular.
A nosso ver sobressaem três
motivos: primeiro de natureza cultural, o nosso sertanejo resiste e ou não
acredita nas mudanças necessárias, mantém um sistema produtivo inadequado ao semiárido,
resiste em migrar para um sistema que respeite o meio ambiente, seja
socialmente justo e economicamente viável, ao não vislumbrar essa necessidade,
só consegue enxergar como solução ações clientelitas-compensatórias, que os
torna massa de manobra. Existindo a necessidade de um modelo de desenvolvimento
alternativo, precisa-se de atores para liderar o processo, para isso precisa
elaboração e capacidade de luta para sua implementação, ora o sistema
representativo sindical oficial, montado a partir de um modelo que remonta a
Ditadura Militar, não consegue dar conta dessa tarefa, mesmo porque seu foco é
outro (com honrosas exceções), no caso a intermediação de benefícios do INSS, a
superação do desafio do semiárido sequer faz parte da vida quotidiana das
organizações que se dizem representantes dessa categoria, se não entendem o
desafio, propõe pautas focadas em políticas compensatórias, com viés
clientelista, os sertanejos estão abandonados a própria sorte, constituindo-se
assim o segundo motivo. O outro é a visão da elite e classe média urbana, de
que o estado deve investir nos setores industriais e de serviços (turismo),
essa visão sempre foi transportada para o governo de plantão. Ora em qualquer
lugar do mundo qual a principal tarefa do estado? Superar o maior desafio
presente no seio da sociedade; desde o inicio da nossa colonização o principal
desafio do Ceará e a Convivência com o Semiárido, mas o estado cearense o
máximo que fez foi combater a seco, como se pode combater um fenômeno natural,
cíclico, inevitável em toda região semiárida, se não fosse trágico, seria
cômico. Em nenhum momento de sua história o Ceará, teve sequer uma proposta
global de superação do desafio do semiárido, isso só mostra que o estado
cearense sempre foi ocupado pelas elites, que erroneamente priorizaram setores
de maior retorno eleitoral e que aumentem o acumulo de seu próprio capital,
como prova desse erro é o baixo desenvolvimento do estado, frente a outras
unidades da federação, isso é que é “competência” um problema de 330 anos e não
existe sequer uma proposta de enfretamento global de superação.
Para sermos justos e não deixar
nenhum flanco aberto, registramos um projeto pontual que poderá iniciar uma
guinada no quadro do semiárido, o Eixo das Águas, leia-se transposição do Rio
São Francisco para o reservatório pulmão Castanhão e construção de canais para
transportar água entre bacias, ou seja, tirar água de um lugar que tem para
outros que não tem. Recurso usado há milênios por egípcios e chineses, que por
aqui é uma novidade a ser implantada. Se você esta alegre calma, no momento
toda essa maravilha tem como objetivo final fornecer o precioso liquido ao
complexo portuário-petro-siderúrgico do Pecém e não o sertanejo. Antes dos
ataques somos totalmente favoráveis a ter água no citado complexo, mas,
pensamos que a prioridade deve ser o homem do campo, o desenvolvimento de
todos.
A titulo de exemplo cabe registrar que
no primeiro contrato da Siderúrgica, nos daríamos toda infra, empréstimos para empresas,
italiana - coreana produzirem minérios, venderem para elas mesmas a preços
baixos, com isso fabricariam navios/bens de capital nos seus países e venderiam
no Brasil a preços menores dos que os produzidos aqui. Usariam nossos recursos
de capital, mineral, nossa infra, para concorrer com nós mesmos, modelo que
ilustra bem o desenvolvimento promovido pelos demos-tucanos. Em suma pega
dinheiro e recursos de pobres cearenses
para fazer com que empreguem pessoas em outro país, empresas estrangeiras ganhem muito dinheiro e ainda
prejudicam empresas brasileiras. Por essas e por outras é que o problema da
seca não foi resolvido, pois os nossos recursos são para beneficiar as elites
locais e estrangeiras e o sertanejo ficava com o bico do pão, ainda tem gente
boa que defende políticas desse tipo, cuidado com os lobos em pele de cordeiro.
Portanto para que o Eixão das Águas
beneficiem também os agricultores (as) familiares, precisamos ainda encampar
uma boa luta.
Para além das lutas especificas
buscaremos construir um desenvolvimento sustentável e solidário, para tanto
propomos diretrizes que nortearão a nossa organização da produção.
a. Realizar diagnóstico prévio das Cadeias Produtivas identificadas
com o Sistema FETRAF.
b.
Promover Seminário sobre
Organização da Produção e Cadeias Produtivas, para a construção dos princípios
e diretrizes das nossas organizações da produção e definir cadeias
prioritárias.
c. Elaborar e apresentar
projetos de intervenções nas Cadeias produtivas focado no fortalecimento da
produção e transição ecológica;
d. Desenvolver uma política estadual de certificação da produção de
base familiar, produzida de formar justa e ambiental mentalmente correta;
e. Desenvolver estratégias e planos para abertura de mercados
diferenciados com vistas agregação de valor da produção de base familiar,
f.
Lutar pela desapropriação para fins de
Reforma Agrária das áreas de cada mar-
gem do chamado Eixão
das Águas ( Transposição do Rio São Francisco e Adutora Castanhão-Pecém ), bem
como em áreas de açudes públicos e privados que demonstrem condição para tal
fim, com prioridade para atender atingidos por essas obras.
g.
Elaborar e lutar por um Projeto Especial
de Assentamento Rural, tendo como eixo a
revitalização e aproveitamento da área
de entorno do Canal do Trabalhador ( atualmente desativado ).
- Focar o tema Regularização Ambiental das Propriedades e da Compensação Ambiental;
- Realizar o debate da política ambiental junto à base;
j.
Participar dos eventos em
comemoração ao Ano Internacional da Agricultura Familiar em 2014.
- Ampliar o Seguro Agrícola (Pecuária);
- Incrementar o pagamento da Compensação Ambiental e condições de estruturação das entidades para realizar o CAR;
m. Criar Ater publica municipal;
n. Criar um amplo programa de
irrigação para a agricultura familiar onde:
- cada agricultor familiar
contemplado receba um kit com capacidade de irrigar de uma a cinco hectares;
- os governos dos estados garantam
um programa de subsídio na tarifa de energia elétrica para irrigação;
– Apoio ao desenvolvimento de um programa de
energia solar e eólica, a ser utilizado na instalação dos poços e irrigações.
l – Articular irrigantes com o objetivo
de construir um projeto Revitalização do
Perímetros Irrigados, com a
participação dos mesmos.
m – Aprimorar linha de crédito para a aquisição
e criação de pequenos animais, a
nível de estado.
n– Instalação de Casas Digitais.
o – Concurso público para EMATERCE.
p - Adequação, desburocratização e
aceleração de linhas de créditos para investi-.
Mentos em negócios não agrícolas,
sobretudo para o meio rural e pequena.
Cidades do interior.
EIXO
III - REFORMA AGRÁRIA E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA:
A Luta pela terra e reforma agrária é alvo
de grandes ataques da elite latifundiária, do agronegócio, e da direita
política e empresarial brasileira. Temem que ao final do Governo Dilma, possa deixar legados aos trabalhadores que venham
alterar a estrutura de poder no campo.
Considerando que os ataques
são cada vez mais frequentes e intensos é necessário agir de forma
implacável na luta pela terra, reforma agrária e regularização fundiária,
fazendo o diálogo com a sociedade, instituições e personalidades que prezam
pela inclusão social e democratização do acesso à terra, ao mesmo tempo em que
mobiliza os trabalhadores em todas regiões do país na luta contra o latifúndio
e a especulação imobiliária no campo; em defesa de uma ampla e massiva reforma
agrária que democratize o acesso à terra distribuindo riquezas e poder político
a ela associados; que fortaleça a agricultura familiar e garanta a saúde
alimentar e nutricional, além de serviços públicos de qualidade nas áreas de
assentamento. De imediato, torna-se urgente a atualização dos índices de
produtividade da terra e a retomada da mobilização social
Os governos federal e
estadual, devem efetivamente realizar a reforma agrária e regularização
fundiária, inclusive com emissão de títulos de propriedade das áreas de
agricultura familiar, proporcionando o acesso às políticas públicas voltadas
à produção, infraestrutura e bem estar social. .
O tamanho dos lotes das
áreas de assentamento deve viabilizar a geração de renda e a melhoria da
qualidade de vida das famílias assentadas de acordo com cada região ou
localidade. É indispensável e urgente desburocratizar os procedimentos
administrativos e processuais nas ações de desapropriações, aquisições,
assentamento e regularização fundiária, inclusive assegurando aos filhos
direitos sucessórios aos lotes. (texto extraído do doc. Resolução II congresso
FETRAF BR CUT).
Resoluções de lutas pela reforma agraria:
- Ocupar os Latifúndios de interesse dos agricultores identificado pela FETRAF; independentemente de MP que ocupa vistorias de terras, (Pressão junto ao governo para inclusão na pauta nacional do governo o tema reforma agrária);
- Revisar a área mínima e o índice de produtividade das áreas passíveis de Reforma Agrária, do programa de reforma agrária federal.
- Lutar pela derrubada do decreto que proíbe a vistoria de áreas ocupadas;
- Ocupar área que não são de nosso interesse para negociar outra de interesse nosso (podendo ser esta área de uma pessoa conhecida no Estado e Brasil.) ;
- Lutar pela desapropriação para fins de Reforma Agrária das áreas de cada margem do chamado Eixão das Águas ( Transposição do Rio São Francisco e Adutora Castanhão-Pecém ), bem como em áreas de açudes públicos e privados que demonstrem condição para tal fim, com prioridade para atender atingidos por essas obras.
- Elaborar e lutar por um Projeto Especial de Reforma Agrária, tendo como eixo a revitalização e aproveitamento da área de entorno do Canal do Trabalhador ( atualmente desativado ), ligado ao MDA, em parceira com o Governo Estadual.
- Investir na recuperação dos projetos criados e combater a comercialização dos lotes em P. As;
- Propor mudanças no processo de emancipação dos assentamentos;
- Realizar uma ampla discussão da ATER nos assentamentos, buscando o desaparelhamento dessa política, por parte de grupos ( ONG`s, pseudo-movimentos sociais, figuras que se dizem de esquerda ), bem como realinhar o foco para uma ATER Pública e de qualidade.
- O trabalho nos assentamentos deve priorizar a produção sustentável, economicamente viável e ecologicamente correta, tendo como pano de fundo a Economia Solidária. ATER para produzir, não para fazer política personalista-clientelista (politicagem).
- Discutir junto a base e nossos parceiros a instalação de empreendimentos turísticos no nosso litoral;
- Propor exclusão das dívidas de financiamento da produção para os assentados do semiárido;
- Subsidiar em 100% o financiamento das terras financiadas pelo PNCF;
- Criar um coletivo ou comando estadual de reforma agrária, junto a Coordenação de Política Agrária e Meio Ambiente, para discutir e implementar o acesso a terra, buscar aliados e negociar junto ao governo;
- Mapeamento criterioso das possíveis áreas disponíveis para a Reforma Agrária;
- Priorizar um quantitativo de imóveis a serem criados projetos de reforma agrária;
- Propor junto ao Governo Estadual melhoria e aceleração no processo de regularização fundiária, sendo assumida pela FETRAF como uma política base de viabilização de outras ações como crédito, ATER, convivência com semiárido..., podendo estar associada ao Cadastro Ambiental. Enquanto isso, regulamentar junto ao Governo Federal uma portaria que permita o enquadramento dos agricultores familiares posseiros nas políticas públicas do estado brasileiro.
EIXO IV - CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Assistimos hoje mais uma
vez em nossa base, agricultores e agricultoras familiares sendo assolados pela
maior seca dos últimos 40 anos, pelos dados coletados as perdas médias em
dezembro de 2012, estavam em torno de 78% (sessenta e oito por cento ), se por
ventura o quadro repetir-se esse ano as perdas poderão chegar a metade da atual
produção, o que levaria há um colapso da produção familiar, mesmo com um boa
quadra chuvosa, torna-se necessário uma intervenção para estabilizar a queda e
iniciar um novo ciclo produtivo.
Por outro lado vivenciamos uma
apatia da população, pois até mesmo movimentações tradicionais de trabalhadores
rurais não foram realizadas ano passado. Precisamos articular junto à sociedade
cearense um amplo leque de alianças para podermos enfrentar mais essa quadra
desfavorável.
Portanto, a direção da
FETRAF-CEARÁ/CUT visando contribuir nesse esforço, apresenta junto com seus
sindicatos e submete aos congressistas esse documento, extraído da proposta de
pauta da Seca 2012, a fim de que possamos discuti-la, emenda-la e referenda-la
com vistas à acumulação de forças, para intensificar as negociações com os
governos estadual e federal, sobre esse tema, que exige uma ação imediata por
parte do sindicalismo da agricultura familiar.
5.1 – Garantir o
abastecimento de água potável nas comunidades atingidas pela estiagem, através
da contratação de carros pipas, perfuração de poços (tubular raso, profundo e
amazonas), construção de barragens subterrâneas, sucessivas e convencionais,
cisternas de placas, dessalinizadores e pequenos açudes. Com programação e
acompanhamento definido pelos Conselhos, sobretudo nas áreas de assentamento e
comunidades.
A – Ampliar, concluir,
ativar adutoras e sistemas de abastecimentos de água com ligações domiciliares.
b – Tornar todos os
reservatórios e mananciais hídricos de utilidade pública, sob o controle dos
Comitês de Bacias.
5.2 – Estender Programa
Seguro Desemprego aos agricultores familiares, integrado a um Programa de
Elevação de Escolaridade, Reconversão Produtiva e Cidadania.
Esse programa compreende
um conjunto de ações que facilitem a promoção do desenvolvimento local no aspecto cultural/educacional dentro de uma
metodologia que esteja em permanente consonância com os princípios da Educação
Popular, a partir de uma postura critico-dialética, buscando a real
participação dos envolvidos e previlegiando o educando, enquanto sujeito do
processo educativo, para tanto apresentamos as seguintes propostas:
a - a reconversão
produtiva entendida como gestão de recursos hídricos, conservação ambiental e
convivência com o semi-árido. A cidadania deve preparar o educando para as
novas realidades vivenciadas, como: destinação do lixo, regras de trânsito,
planejamento familiar e alimentação saudável;
b – redimensionar
todos os programas e projetos dessa área
( que ainda não utilizem essa metodologia ) visando a sua adequação;
c – priorizar jovens e
mulheres rurais;
d – Criar e manter em
funcionamento as Escolas Famílias
Agrícola e as Casas Famílias Rurais;
e – capacitar
profissionais da educação em metodologias que possibilitem a incorporação e
transversalidade de temas como gênero, raça, etnia, geração, sexualidade e
direitos humanos, eliminando todo tipo de estereótipos, como sugere os novos
parâmetros curriculares da rede pública de ensino;
f – garantir a
infra-estrutura básica para os trabalhos descritos acima.
5.3 – Construção de
sistemas de abastecimento d`água e Cisternas de Placas, buscando a reduzir em
50% a atual vulnerabilidade hídrica dos domicílios rurais cearenses, com a
utilização da mão de obra ociosa.
5.4 – Criar um projeto
emergencial de construção de habitações rurais, com a utilização da mão de obra
local, integrado ao PNHR.
5.5 – Ampliar o crédito especial e emergencial para a
manutenção do rebanho.
a - Ampliar e agilizar programa da CONAB de venda
a preços subsidiados de alimentação animal ( milho, ração..) destinada a
agricultores familiares e médios produtores.
b – articular as
Secretarias Municipais de Agricultura, para fornecer apoio técnico e logístico
a construção de silos, utilizando as escavadeiras doadas pelo MDA.
5.7 – Garantir recurso e
pessoal para implementação do Crédito Emergencial no estado do Ceará.
5.8 - Rebater nas parcelas das operações de
investimento e de custeio, atualmente desassistidas do SEAF, percentual igual à
perda apurada/levantada no município pelo órgão de Ater estadual ou entidade
afim.
5.9 - Garantir recurso para contemplar os
agricultores familiares atingidos pela estiagem que acessarem o SEAF – Proagro
Mais.
a - Ampliar o valor de cobertura do Proagro Mais,
que na atualidade é de R$ 4.000,00, para R$ 8.064,00, reajustado anualmente
conforme o índice de aumento do salário mínimo federal;
b - contemplar pelo Proagro Mais e PGPAF as
operações de custeio agropecuário, que atualmente estão desassistidas por estas
políticas;
c - flexibilizar as normas e regras do Proagro Mais,
de maneira que facilite e desburocratize o acesso.
5.10 – Liberação de
recursos para instalação, recuperação e construção de obras de infra-estrutura
hídrica, produtiva e social nos assentamentos e comunidades de agricultores(as)
familiares, com a utilização de mão de obra local. Priorizando as seguintes obras:
a – poços artesianos,
tubulares rasos e amazonas ( perfuração, recuperação e instalação );
b – barragens
subterrâneas e assoreadas;
c – pequenas adutoras e
instalar pontos de distribuição ao longo do percurso das adutoras já existentes
para abastecimentos das comunidades;
d – barragens sucessivas
de perenização de rios;
e – açudes e barragens
médias, bem como desassoreamento e despoluição dos açudes, rios e barragens;
f – conservação e
recuperação das matas ciliares;
g – construção e
recuperação de creches, escolas e postos de saúde.
h – construção,
restauração e manutenção de estradas vicinais;
i – construção de
passagens molhadas, pontes, saneamento básico e urbanização em vilas e
povoados.
5.11 – Implantação de um
programa de aproveitamento dos vales úmidos e vazantes, para a produção de
alimentos e sementes.
5.12 – Apoio ao
desenvolvimento de um programa de energia solar e eólica, a ser utilizado na
instalação dos poços e irrigações.
5.13 – Criar linha de
crédito especial para a aquisição e criação de pequenos animais, a nível de
estado, com subsidio de 85 %.
5.14- Adequação,
desburocratização e aceleração de linhas de créditos para investimentos em negócios não agrícolas,
sobretudo para o meio rural e pequenas cidades do interior.
5.15 – Garantir a efetiva
participação das organizações representativas dos agricultores (as) familiares,
criando Comissões Municipais de Gestão de Convivência com o Semiárido, ligadas
ao Conselho Estadual.
5.16 - Desenvolver uma política nacional de
prevenção de eventos climáticos a partir do aperfeiçoamento dos sistemas de
previsões climáticas.
5.17 – A depender do andamento das
negociações, sugerimos uma Jornada de Lutas Extraordinária no último trimestre
de 2013.
EIXO V - GÊNERO E ETNIA
Como uma
organização sindical plural. Buscamos incessantemente representar os
trabalhadores e trabalhadoras compreendendo, as suas diversidades de raça, cor,
etnias, da relação de gênero. A FETRAF luta pela afirmação continua inclusão
social e acesso a políticas publicas dos negros, dos quilombolas, indígenas,
compreendendo que neste universo precisa-se fundamentalmente destacar o tema
das mulheres e jovens. As mulheres pelo papel histórico e fundamental que
ocupam na gestão, e organização da familiar e a juventude por ser um tema que
desafia a continuidade do campo, com justiça social, desenvolvimento justo, e
da nossa cultura.
3.5/1 - Juventude:
Ao
considerar a juventude como sujeito social estratégico na consolidação da
agricultura familiar, reforma agrário e no desenvolvimento do projeto de
sociedade que visa a sustentabilidade, a FETRAF-BRASIL/CUT estimula a atuação
da juventude rural na construção e reformulação das políticas públicas.
A
juventude precisa estar inserida nos espaços de proposição e elaboração das
diretrizes que norteiam o rumo do futuro do campo. Gradativamente, no processo
organizativo que a FETRAF-BRASIL/CUT desenvolve, os jovens afirmam posição em
busca da quebra do preconceito em relação ao trabalho no campo, lutam por
melhorais da condição de vida com geração e distribuição de renda e por
políticas públicas que buscam proporcionar cultura, lazer, educação, saúde,
habitação, infra-estrutura, e tantas outras .
Acabar
com a ilusão de que as cidades é que possibilitam oportunidades de viver
melhor, se faz com acesso da juventude à terra, crédito, sistemas agro
ecológicos de produção, aliados à uma garantia de participação efetiva que
intervenha nas políticas de meio ambiente, de assistência social, etc.
É
com investimento na juventude, no que compete a educação formal, política e
social, e a sua participação nos espaços de decisão que será possível promover
a igualdade de gêneros e direitos além de diminuir as desigualdades sociais que
impedem o desenvolvimento e crescimento de um país mais justo e solidário. (Resoluções
II Congresso nacional da FETRAF BRASIL CUT).
3.5/2 - Mulheres:
Pela
igualdade de gênero e direitos a FETRAF-BRASIL/CUT luta pela ampliação da
participação das mulheres nos espaços de discussão e tomadas de decisão. Seja
no ambiente doméstico, no trabalho no campo, nos movimentos social e sindical.
Para
isso, assumiu compromissos que vão desde a organização de coletivos regionais,
estaduais e nacional, enquanto instâncias de elaboração e proposição de
políticas públicas; quanto a criação de programa de formação específico para o
debate de mulher e gênero; acesso ao crédito e à terra que se refletem como
instrumentos de emancipação econômica, política e social e também como forma de
valorização das agricultoras familiares no processo produtivo; assistência
técnica, políticas de saúde especializada e; combate a toda forma de violência,
sexista, doméstica ou assédio moral.
No
processo de inserção da mulher nos espaços de discussão, estímulo e valorização
feminina, a FETRAF-BRASIL/CUT trabalha pela desburocratização de crédito,
formação política e sindical para fortalecer a autonomia da mulher na
sociedade; garantir direito à aposentadoria às artesãs agricultoras familiares,
uma vez que não são consideradas como seguradas especiais e; elaboração do planejamento
de atuação do Coletivo Nacional de Mulheres.
Como
a primeira Federação nacional a ser presidida por uma mulher, a
FETRAF-BRASIL/CUT, com sensibilidade e responsabilidade compreende a luta das
mulheres do campo ou da cidade como única, sendo contra a violência e a
discriminação social e à favor de uma organização que possibilite a construção de uma nova historia, com
visibilidade
ao importante papel da mulher na construção de uma sociedade mais justa.
( Resolução do II Congresso
nacional da FETRAF BR CUT).
Preposições:
·
Articular
e mobilizar coletivos regionais de juventude e mulheres na base dos sindicatos
e associações;
·
Articular
e mobilizar coletivo estadual de jovens e mulheres da FETRAF CEARA CUT;
·
Participar
ativamente dos espaços de debates e formulação de políticas para juventude e
mulheres;
·
Debater
e articular a política de credito para a juventude e mulheres;
·
Realizar
encontro estadual da juventude.
IV
– PLANO DE LUTAS 2013/2014
É sem duvida notório os grandes avanços que tivemos nas políticas publicas
especialmente as de inclusão social a partir do governo do presidente lula. É
bem verdade que a população tem tido mais acesso a credito, comprado bens que
sempre fizeram parte do ideário mediano da cidade (fogão a gás, geladeira,
ferro elétrico, aparelho de som, TV, celular e ate computador) resultando numa
melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Apesar de que os grandes avanços são de ordem federal, sendo ainda acompanhados
com muita deficiência pelas demais esferas governamentais. Salvo algumas
iniciativas pontuais. Os municípios na grande maioria das vezes são meros
repassadores, sem provocar estimulo na comunidade. Esta quebra de continuidade das
políticas enfraquece e amordaça o processo de fortalecimento e consolidação de
um projeto de desenvolvimento rural sustentável e solidário.
Considerando estes avanços a FETRAF CEARA CUT defende o fortalecimento e expansão do projeto alternativo de
desenvolvimento rural sustentável e solidaria, com a massificação do debate
pelo fortalecimento, pela qualidade e consolidação das políticas publica; na
diversificação e ampliação dos programas que contemple cada vez mais as realidades
regionais e locais. Condicionando na inclusão definitiva dos agricultores e
agricultoras e na ampliação dos direitos conquistados. Defendemos ainda o fortalecimento democrático
dos espaços de controle e participação social como estratégia de monitoramento,
acompanhamento, preposição e construção permanente.
A FETRAF CEARA/CUT constrói seu plano de lutas a partir de parâmetros que
fortaleça a organização interna da categoria, sendo os trabalhadores (as)
sujeitos fundamentais na construção do bem está social; na luta pela consolidação
de direitos básicos de cidadania que fortaleça e impulsione o projeto alternativo
de desenvolvimento rural sustentável e solidário com as seguintes diretrizes:
I.
Organizar e viabilizar como instrumento
permanente das lutas a III JORNADA ESTADUAL DE LUTAS DA AGRICULTURA FAMILIAR E
REFORMA AGRARIA, em sintonia com o processo de jornada nacional, unificada em
todas as regiões e municípios, com participação massiva e qualificada dos
agricultores e agricultoras familiares, das lideranças comunitárias, tendo como
objetivo o fortalecimento da construção do projeto alternativo de
desenvolvimento rural sustentável e solidário, propugnando a construção de
planejamentos regionais permanentes e efetivos; o fortalecimento e expansão das
politicas públicas que incluam cada vez mais os agricultores e agricultoras a direitos
básicos de cidadania como estratégia essencial no fortalecimento do projeto de
desenvolvimento que queremos.
II.
Implantar sistema de gestão e finanças
em todos os sindicatos e associações sindicais do sistema FETRAF no ceara
fortalecendo a transparências na gestão das organizações dos trabalhadores e
trabalhadoras com foco objetivo no fortalecimento da organização;
III.
Lutar pela participação efetiva e
permanente dos conjuntos dos movimentos sociais nos espaços de controle e
participação social com objetivo de avaliar, propor e acompanhar as ações estatais.
IV. II/1 – EDUCAÇÃO
A educação publica brasileira tem avançado de maneira significativa, resaltando
especialmente a inclusão do educando, por meio das políticas de cotas, e especialmente
o Enem que permite que todos possam concorrer a uma vaga na universidade.
Contudo ainda são grandes os desafios, na concepção de uma política
publica de educação que dialogue com especificidades regionais, culturais e
sociais de cada região. Consideramos que o ensino deve dialogar com a realidade
do educando, interferir na sua formação cidadã e social. Porque não precisamos
apenas de analfabetos letrados, mais de pessoas conscientes do seu papel na
sociedade, que sejam de fato capazes de interferir no processo e construção do
desenvolvimento do seu país.
De maneira que precisamos avançar no modelo de educação (ensino
fundamental e médio), o nosso maior desafio é fazer com que as universidades
cheguem onde o homem do campo estar, para que ele durante a sua graduação acadêmica
não perca sua relação produtiva e cultural com a terra e sua identidade social
politica. Tendo ele assim condição de continuar produzindo alimento, gerando
renda e riqueza enquanto faz seu curso na academia.
Tendo
compreensão da educação como pilar fundamental na construção do projeto de desenvolvimento
a FETRAF CEARA/CUT luta e propõe:
1.
Educação de jovens e adultos: Priorizar
e ampliar os programas de educação de jovens e adultos com vistas a superar o
quadro de analfabetismo juvenil em extrema pobreza e miséria na zona rural;
2.
Ensino fundamental: garantir e incluir
na grade curricular temas estratégicos para o país e para formação cidadã do
educando como: educação ambiental, prevenção de drogas, e de doenças sexualmente
transmissíveis; combate a todas as formas de preconceito de raça, etnia, gênero
e homofobia;
3.
Ensino médio: garantir e incluir temas
que possibilite uma melhor preparação da juventude no convívio profissional e
social como: educação no transito com vistas ao educando sair preparado para habilitação,
informática.
4.
Ensino superior:
·
Priorizar
as extensões universitárias, e criação de novas universidades com vistas
garantir a universidade onde o jovem vive e tem suas raízes culturais,
valorizando, portanto as especificidades de cada região;
·
Fortalecer
e ampliar o Enem. + um Enem em cada ano letivo.
Garantindo mais vagas na universidade Incluindo mais a juventude, no período
que ela termina o ensino médio. Reduzindo a quebra de foco na formação escolar
para a acadêmica.
·
Fortalecer e ampliar as políticas de bolsas e cotas; garantindo cada
vez mais a inclusão dos povos indígenas, dos quilombolas, negros e agricultores
familiares historicamente excluídos.
·
Garantir financiamento (fies) para jovens agricultores portadores
de DAP especialmente os que estão em situação de extrema pobreza e que são
beneficiários dos programas de transferência de renda.
IV. II/2 – SAÚDE
Não resta duvida
que a saúde pública é o grande calcanhar de Aquiles da população brasileira. A pouca
infraestrutura presente, nos municípios, e a baixa qualidade de gestão faz com
que as pessoas sempre busquem os hospitais na capital do estado.
Percebemos ainda uma deficiência
nos profissionais da área, tanto no quesito humano de atendimento, quanto da
disponibilidade de profissionais necessário compatível à necessidade de atendimento. O
Estado do Ceará possui 1,16 médicos para cada mil habitantes. A proporção é a
sétima pior do Brasil e a terceira menor do Nordeste, segundo a pesquisa
Demografia Médica no Brasil, divulgada recentemente pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM). Na capital do estado, a relação entre médicos e habitantes
chega a 3,16 por mil - quase três vezes mais. Ainda assim, é a décima pior do
País e segunda pior da região, à frente apenas de São Luís (MA).
Reconhecemos os esforços do governo federal em fortalecer o SUS,
e outras iniciativas, mais precisamos que as demais esferas priorizem seus atendimentos,
viabilizando consórcios públicos e outras iniciativas, pelo menos regionais
para que o trabalhador e a trabalhadora tenha atendimento especializado mais próximo
de si, e vá deixando de ficar sempre a mercê da capital do estado.
A partir destas compreensões a FETRAF
CEARÁ/CUT luta e defende:
·
Fortalecer o SUS.
- Fortalecimento e ampliação do programa saudade da familiar,
- Construir e Ampliar os hospitais regionais;
- Propor ao Governo do Estado a reestruturação do SUS, a partir dos Hospitais Regionais, visando a rapidez e melhoria no atendimento.
- Propor ao Governo do Estado a implementação de um Programa de Medicina Preventiva, a partir dos Hospitais Regionais.
- Fortalecer e ampliar o programa de Agentes de Saúde;
- Criar e fortalecer consórcios regionais, para dar sustentação as políticas descritas acima, bem como garantir o atendimento especializado, pelo menos a nível regional;
- Criar uma política nacional de prevenção de doenças observando os índices de doenças regionais (especialmente nas escolas no ensino fundamental e médio);
- Ampliar os cursos de medicina e formação de profissionais de saúde (especialmente criando extensões universitárias nas regiões).
IV. II/3 - TRANSPORTE E MOBILIDADE:
Com o crescimento da classe media brasileira, mais acesso a credito e oportunidade
o homem do campo vem melhorando sua condição de vida e com isto também tem
mudado o seu formato de andar e se locomover na lida diária. O famoso comboio (transporte da produção agrícola
familiar para venda nas feiras das cidades – comercio local) que por décadas
movimentou a o comercio local, transportando alimentos campo cidade; trocou os
burros de carga, pelos carros de horários os chamados paus de arara, e no dia a
dia, campo cidade, em busca de comprar um remédio, suprimentos, o animal de transporte
foi trocado pela moto. Já que é totalmente impensável um agricultor fazer com a
pouco mais de 20anos passados andar duas, três, quatro léguas para resolver
suas coisas na cidade. Neste tempo é bom resalta que o numero de pessoas
vivendo abaixo da linha de pobreza e miséria é kilometricamente maior, grande
parte não tinha nem o que comer.
Graças as
mudanças ocorridas, especialmente a partir do governo lula no que toca
reconhecimento da agricultura familiar e acesso a políticas pública os tempos
vem mudando e mudando para melhor. Ao analisar os dados do órgão estadual de
transito, ver-se que o estado do ceara hoje tem 941.180 mil motocicletas, destas
734.184 mil estão no interior do estado e a perspectiva de venda é crescente.
Contudo percebesse a grande dificuldade do homem do campo de se manter
legalizado neste meio de transporte tão eficaz e tão usual. Tanto é grande a carga tributaria como é difícil
os procedimentos de tirada da habilitação, ficando assim, grande parte dos homens
e mulheres campo na ilegalidade. Alem dos altos índices de acidentes envolvendo
motociclistas. Segundo balanço anual do
Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre
(Dpvat) a região Nordeste
concentrou a maior incidência (29%) de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT. A
maioria dos casos (65%), foram de acidentes envolvendo
motocicletas, diferentemente do observado em 2011, quando a região Sul
foi que concentrou a maior incidência de indenizações pagas (30%) também na
categoria de motocicleta (63%). As motocicletas representam 43% da frota de
veículos da região Nordeste.
O balanço também mostra que, de janeiro a dezembro de 2012, a região Nordeste concentrou a maior incidência de indenizações pagas (31%) por Invalidez Permanente, predominantemente da categoria de motocicleta (80%), mantendo o comportamento do mesmo período de 2011. Os Dados nacionais no levantamento dos registros do DPVAT registraram crescimento de 39% de indenizações pagas se comparado ao mesmo período de 2011. Os acidentes com motos implicaram em 69% dos pagamentos em todo o País.
O balanço também mostra que, de janeiro a dezembro de 2012, a região Nordeste concentrou a maior incidência de indenizações pagas (31%) por Invalidez Permanente, predominantemente da categoria de motocicleta (80%), mantendo o comportamento do mesmo período de 2011. Os Dados nacionais no levantamento dos registros do DPVAT registraram crescimento de 39% de indenizações pagas se comparado ao mesmo período de 2011. Os acidentes com motos implicaram em 69% dos pagamentos em todo o País.
Nos tempos atuais o tema do transporte e mobilidade dos trabalhadores
(as) do campo é fundamentalmente importante, na melhoria da qualidade de vida
do homem do campo, que precisa se locomover com agilidade, rapidez e segurança
no dia a dia, campo cidade, cidade campo.
Ainda um recorte importante para fazer com relação as condições das
estradas regionais, que ainda não oferece condições de tráfego com qualidade, e
segurança e por conta disto perde-se muito tempo no escoamento da produção para
mercado na capital e elem de encarecer mais o transporte.
A FETRAF CEARA CUT preocupada com esta situação luta e propõe:
Criação de um programa estadual de
capacitação e formação no transito para agricultura familiar, com vistas a
preparar os trabalhadores para o processo de habilitação dos agricultores e
agricultoras;
·
Isenção
das taxas no processo de habilitação para agricultores familiares portadores da
declaração de aptidão ao PRONAF (DAP) ;
·
Inserção
de impostos na aquisição de motocicletas ate 150 cilindradas para agricultores
portadores de dap;
·
Criação
de uma linha de credito para aquisição de motocicletas de ate 15 cilindradas
dentro do pronaf;
IV.II/4- HABITAÇÃO RURAL
A
moradia é concebida com um sentimento de fascínio, de harmonia, de bem estar,
de conquista. Poder dizer “a minha casa nova” é sonho de todas as pessoas.
Moradia não é sinônimo de luxo, mas de dignidade.
A habitação na agricultura familiar
deve ser pensada além da moradia. A implementação de uma política de habitação
deve articular questões como a geração de renda, produção de alimentos
saudáveis, a sustentabilidade alimentar da propriedade, o planejamento de
investimentos, a gestão financeira, a inclusão da mulher e do jovem nas
políticas locais, a preservação ambiental, dentre outras. Trabalhar a habitação
é a porta de entrada para referenciar outros debates importantes junto a comunidade.
A estratégia de fortalecimento da
agricultura familiar no país passa necessariamente por uma política
habitacional consistente e articulada com outras políticas. Garantir o
funcionamento do Programa Nacional de Habitação Rural – PNHR, dentro do programa
Minha Casa Minha Vida é pressuposto para a consolidação de uma política
habitacional rural, e de fortalecimento da agricultura familiar.
.
Por isso a defesa de um programa de
habitação rural forte e eficiente é importante para garantir o direito das famílias
agricultores a ter a sua moradia digna, e oportunizar aos municípios sentir o
desenvolvimento no local onde vivem.
Apesar da conquista do PNHR, a
habitação rural continua com grandes desafios. Faz um ano que o programa foi
anunciado, e o seu funcionamento continua tímido, truncado e sem efetividade.
Um fator que contribuiu para sua ineficácia é a falta de um orçamento próprio,
que financie constantemente a demanda, que permita trabalhar em um planejamento
a médio/longo prazo, a exemplo do que é o Pronaf. Não existindo uma política
efetiva de crédito, com regras claras e desburocratizadas, a habitação rural
passa a ser ineficaz. Não se pode pensar em ter um programa em seu pleno
funcionamento se o orçamento destinado a ele é irrisório. Assim, cada vez mais
há a necessidade de garantir um orçamento que seja vislumbrado a médio/longo
prazo, permitindo que seja criado um vínculo entre orçamento e programa.
Outro ponto está na dificuldade do
agente financeiro em entender o que é a agricultura familiar, o funcionamento,
as particularidades e a demanda que ela traz. O agente financeiro não está
preparado para atuar em um grande programa de habitação rural. Seus vínculos,
seu orçamento, sua força de trabalho está direcionada unicamente à habitação
urbana. Este fato se justifica pelo comparativo de contratações da habitação
rural em detrimento a habitação urbana. Enquanto todos os recordes são batidos
em relação ao urbano, no rural as agências não sabem sequer como proceder.
Assim, é de suma importância que o agente financeiro crie instrumentos dentro
de sua estrutura, a fim de definir regras, dirimir dúvidas e criar uma
metodologia de trabalho que faça a habitação rural também entrar nos trilhos da
eficiência de contratações. Dessa forma, é de suma importância a criação de um
setor destinado exclusivamente para a Habitação Rural dentro do Agente
Financeiro.
Apesar disso tudo, a agricultura
familiar tem um caminho a seguir dentro da política de habitação. Somos milhões
de famílias que necessitam de uma moradia digna. O PNHR é um grande avanço
quando analisamos as políticas destinadas à habitação rural historicamente no
país. Aproveitar esse momento histórico é vislumbrar a agricultura familiar com
o direito de morar bem, e marcar o nome da Fetraf na política nacional. É
permitir que os agricultores melhores sua qualidade de vida. (Texto extraído do plano nacional de lutas
/ II Congresso nacional da agricultura familiar).
A
FETRAF CEARA CUT resolver fortalecer sua organização interna pela luta de acesso a politica de habitação rural com as
seguintes diretrizes:
1.1 Os sindicatos de
acordo com as convocações de sues congressos deliberam sobre a criação de um
departamento especifico para discutir habitação.
1.2 Cada sindicato
deve indicar um diretor para ocupar a função de coordenador de habitação.
1.3 Cabe ao
coordenador de habitação discutir, acompanhar, monitorar as demandas dos
trabalhadores e os projetos de habitação desenvolvido na regional, bem como
integrar o coletivo estadual de habitação.
1.4 A FETRAF CE CUT organizará um coletivo
estadual de habitação composto por um coordenador de habitação de cada
município, e a executiva da entidade organizadora dos projetos.
1.5 O coletivo estadual de habitação será
coordenador por um diretor da federação designado pela Direção Ampliada até o
próximo congresso. Onde deve ser apreciada a criação de um departamento
estadual conforme criação da FETRAF BRASIL do departamento nacional.
1.6 O coletivo estadual se reunirá
trimestralmente, quando necessário mensalmente.
1.7 A entidade
organizadora tem autonomia na gestão do projeto (procedimentos técnicos,
administrativos, jurídicos, e organizacionais).
1.8 A entidade
organizadora atenderá os princípios, as linhas e as diretrizes do sistema
FETRAF CE CUT.
1.9 A entidade
organizadora quando cooperativa cobrará no máximo um salario mínimo de adesão
(quotas-partes) dos seus quadros sociais.
2- Da unidade habitacional.
Ø
A
unidade terá tamanho mínimo de 50 M².
Ø
A
Unidade deve seguir as normas e padrões de acessibilidades para necessidades
especiais do beneficiário;
Ø
O
material deve atender aos padrões de qualidade do mercado.
Ø
De
acordo com a capacidade de orçamento a casa deve ter um fogão eco eficiente e
uma cisterna de placa de consumo.
Ø
A
contratação de unidade atenderá um cronograma de 20 x 20 podendo o município contrata
até 100 unidades anuais.
IV.II/5 –PREVIDÊNCIA
O avanço na previdência social é bem significativo nestes últimos anos,
com a ampliação das agencias teve uma melhora grande no atendimento, o que
ainda não é o ideal visto que reduziu as filas, mas a insegurança dos técnicos
previdenciários fragiliza demais o atendimento.
O ganho mais importante para os
agricultores (as) familiares sem duvida foi o CNIS rural informatizado, ao se
tornar uma ferramenta assim como a DAP (declaração de aptidão ao PRONAF) mais
justa e equilibrada no reconhecimento e inclusão dos trabalhadores (as).
Podemos assim afirmar que nosso maior desafio é a implantação do CNIS rural
informatizado que em longo prazo vai superar os déficits mencionados, mais para
tanto o governo precisa junto com os movimentos sociais desenvolver planos de
ação para efetivação e implantação, visto que os movimentos sozinhos não darão
conta de uma política que é de responsabilidade do estado.
Diante destes
quadros a FETRAF CEARÁ CUT luta e propõe:
1.
Considerar a declaração de aptidão ao pronaf como prova plena, visto que
atualmente é um dos mecanismos mais usual dos trabalhadores para acessar
política publica. Proposta: inclusão
do inciso X –
DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF – DAP no artigo 115 da instrução
normativa de Nº 61 do INSS/MPS.
2. Considerando que de acordo com o
artigo 134 da respectiva IN 61 do INSS a entrevista é elemento indispensável à
comprovação do exercício de atividade, propomos no §2º do respectivo artigo, a inclusão do
inciso IV – Aos segurados portadores de doenças ou afecções especificadas na
Portaria Interministerial MPAS/MS Nº 2.998 de 23 de agosto de 2001. Garantindo assim a dispensa de
entrevistas também aos agricultores (as) que estão com estas doenças ou afecções
que esteja sem condições clinica e psicológicas para prestar qualquer
entrevista.
3.
a . Aumentar o salário maternidade
de 4 para 6 meses;Auxilio doença - rever tipos de doenças
funcional dos Agricultores Familiares para que seja concedido o
auxilio com maior eficiência;
4.
Atentar-se
a serie de documentos exigidos para concessão do beneficio para que
não haja tantos casos de se por na justiça e necessidade de acionar
setor jurídico o qual lucre mais de 30% do valor recebido pelo agricultor;
5.
Manutenção
dos direitos já apontados.
“Agricultura familiar, mãos calejadas que
alimenta o povo.
Semeando terra solidaria politica agraria,
Semeando sindicalismo novo’’
FETRAF CEARÁ/CUT
RESOLUÇÕES – I CONGRESSO ESTADUAL DA
AGRICULTURA FAMILIAR DO CEARÁ / I CEAF-CE.
Baturité -CE, Abril - 2013.
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