PAUTA DE REIVINDICAÇÕES 2015

Prezados Companheiros e Companheiras abaixo apresentamos a Pauta de Reivindicações da V jornada estadual de lutas da agricultura familiar e reforma agraria. A presente pauta feita a parti do amplo debate nos nossos sindicatos e associações, sistematiza as reivindicações, preposições e anseios dos trabalhadores e trabalhadoras para o ano de 2015. Boa leitura e vamos a luta!
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fEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES (AS) NA AGRICULTURA FAMILIAR DO ESTADO DO CEARÁ- FETRAF CEARA/CUT



‘’Por acesso a direitos básicos de cidadania no campo;
Ampliar estratégias para uma convivência sustentável no semiárido. ’’
  
V JORNADA ESTADUAL DE LUTASDA AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA
Pauta de reivindicações

Apresentação

O país começa ser afetado com maior intensidade pelos efeitos da crise econômica mundial, demandando o governo a fazer ajustes fiscais mais duros. É preciso ter clareza que é a crise e não os ajustes que está amortecendo um pouco a nossa auspiciosa emergência econômica. Essa redução na economia casada com os escândalos de corrupção, diminuição na indústria da construção civil e com o adendo forte da crise hídrica do sudeste e da seca nordestina potencializou um conjunto de protestos puxados pelos interesses das Camadas Dominantes, com ideário liberal-conservador, que tenta aproveitar a crise para retornada dos governos que não lhes pertencem mais. Essa nova conjuntura esta marcando o início de um novo ciclo.
            Apostando não no caos mais na oportunidade de retomar o crescimento. Defendemos uma agenda que priorize os interesses da maioria da sociedade brasileira, que trabalha e produz. Essa estratégia requer fazer escolhas e opções que desagradarão às elites. Porque determinadas mudanças na matriz de desenvolvimento de um país, nunca ocorreram em nenhum lugar do mundo sem grandes disputas, como a que começamos a presenciar no nosso país.
            Pensar que a direita iria largar osso, em nome de Consenso Nacional, foi ingenuidade ou desconhecimento dos processos históricos. Qual não nos incluímos como bem provam os documentos produzidos pela FETRAF Ceará.
            Chegamos a um ponto em que todos nós já deveríamos estar preparado, infelizmente parte da Esquerda não esta. Portanto a conjuntura aponta para um período de radicalização, que nos restarão duas opções:
1ª – retorno ao projeto das elites e a experiência neoliberal, que foram hegemônicas durante 502 anos da história do Brasil;

2º - aprofundar as mudanças em curso, com as correções necessárias. Vão ser os principais desafios do próximo período, a capitulação a priori sem lutar, seria no mínimo uma covardia 
    Dentro desse contexto cabe a agricultura familiar buscar ampliar a ação estatal enérgica, urgente e planejada que derem de conta, além de ações emergenciais de curto prazo, as de longo prazo, que constitui-se determinantes para saídas dessa seca. Ações estruturantes e pedagógicas dentro de uma compreensão da questão natural do nosso clima semiárido e da agora interferência dos fenômenos do aquecimento global na nossa realidade.  Dentro disto defendemos uma retomada da produção por medidas sustentáveis, com a inclusão produtiva dos agricultores,  da juventude, das mulheres e outros extratos sociais que sempre ficaram a margem da nossa econômia . Essa retomada também precisa dar conta da questão de direitos de cidadania estratégicos para a vida camponesa. Nesse sentido defendemos priorizar o tema da segurança, saúde, educação, transporte e mobilidade que são essenciais no dia a dia das pessoas.
Visando preparação para Jornadas de Lutas e negociações com governos, fechamos nesse mês a nossa pauta para 2015, que hora apresentamos. Na primeira parte contextualizamos o problema, na segunda apresentamos as nossas reivindicações que estar dividida em dois eixos: sendo que no primeiro eixo priorizamos o tema da seca com foco na construção de alternativas e ação pratica efetiva de convivência com o semi-árido e no segundo eixo abordamos o tema desenvolvimento e direitos básicos com objetivo da inclusão definitiva dos agricultores e agricultoras a direitos básicos de cidadania e por ultimo sugerimos as fontes de recurso.

A Direção.

SUMARIO
·        Apresentação:
·        Contextualização:
I – Convivência sustentável com o semiárido:
Ø Garantir o abastecimento de água tratada para consumo humano em áreas de colapso, água para produção e gestão dos recursos hídricos;
Ø Garantia de Renda, acesso a crédito para produção, fomento a pesquisa e difusão de tecnologias sociais de convivência;
Ø Acesso a terra e regularização fundiária;
Ø Órgãos estatais e políticas públicas no semi-árido;
II- Por acesso a direitos básico de cidadania no campo:
Ø Saúde, assistência social;
Ø Educação, transporte e mobilidade,
Ø Previdência;
Ø Assistência técnica e extensão rural,
Ø Segurança pública.
III- Pontos estratégicos horizontais prioritários:
Ø Mulheres;
Ø Juventude;
Ø Aquecimento Global;
IV – Fontes de recursos:



CONTEXTUALIZAÇÃO


No Ceará, de forma geral a agricultura familiar perdeu importância nas últimas décadas do século passado, seguida da redução de oportunidades de trabalho no setor. Um dos motivos que pode ter gerado esta situação é que em meados da década de 80, a crise do algodão causou impactos negativos na agricultura de um modo geral, e especificamente na agricultura familiar, cujas atividades estavam ligadas mais diretamente a esta cultura.

As usinas de algodão, que agro industrializavam o produto, chegaram a ser o setor mais importante da indústria cearense, sendo a pluma de algodão o principal produto da pauta de exportação do Ceará, por várias décadas, ressalta-se que essas usinas eram de cooperativas de produtores e grupos empresariais.

Outro processo que merece destaque é a extração e agro industrialização da palha de carnaúba – planta nativa do Ceará - para a produção da cera, que sempre foi feita de forma artesanal.  Nas últimas décadas todo o processo de produção esteve ligado aos agricultores familiares, com o desenvolvimento tecnológico, que possibilitou a utilização massiva do plástico esse setor perdeu importância dentro do cenário econômico local.                                                     

Com “mais de 300.000 hectares plantados e tendo chegado a uma produção anual em torno de 100.000 toneladas de castanha ‘‘in natura”, a cadeia produtiva do caju, que tem na sua ponta o agro industrialização do fruto, é o mais importante setor agroindustrial do estado, que apesar de monopolizados por grandes grupos econômicos, na cadeia existem a participação de associações e cooperativas de agricultores familiares.     

Principalmente devido à crise do algodão o campo cearense no final do século passado sofreu uma crise aguda, e, uma das formas de contenção foi a Previdência Social, com sua política de benefícios para os agricultores e, mas recentemente o Bolsa Família. Tais fatos acarretam uma substituição de investimentos produtivos, por política eminentemente assistencialista, e, contraditoriamente têm representado um dos mais significativos mecanismos de distribuição de renda para o meio rural, particularmente para agricultura familiar. 

Ao analisarmos a atuação estatal,verifica-se que os governos do chamado ciclo “mudancista” “deram prioridade aos grandes projetos”, o incentivo às indústrias, principalmente com a instalação de novas plantas industriais e a implantação de grandes projetos irrigados, que tinham a pretensão de transformar-se em complexos agroindustriais-exportadores, o que acabou não acontecendo, frustrando aos que acreditavam nessa proposta.

A partir de 2007, ocorre uma guinada no trato com o setor, com a criação da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, encarregada exclusivamente da agricultura familiar, o que pensávamos ser um novo período, na prática reduziu-se a mudanças no campo conceitual, de abordagem e metodológico. Salvo algumas situações pontuais, as transformações acalentadas durante mais de duas décadas não chegaram às comunidades e as unidades de produção agrícolas familiares.

Prova disso é que os indicadores sociais do estado na década passada,  cresceram muito pouco ou abaixo da média nacional, como bem demonstram os números, com a população total de 8.452.381 (4,43% do Brasil), existiam no estado 1.502.924 pessoas vivendo em extrema pobreza, representando18% da nossa população estadual, sendo 9% de toda extrema pobreza do país, ou seja, representamos 4% da população nacional, mas no quesito pobreza somos 9%, em termos absolutos só existem dois estados do Brasil, que tem mais pobres que nós, a Bahia e Maranhão. Não por acaso esses dois estados foram dominados por longo tempo pelas oligarquias Carlista e Sarney.

              Nos últimos anos houveram pesados investimento de programas sociais, visando a diminuição desse grande número de excluídos.

Se não bastassem esses fatores estruturais e conjunturais desfavoráveis, o núcleo central do último governo estadual não encarava a agricultura familiar como uma alternativa econômica e de grande potencial de absorção de mão-de-obra, mas, como uma mera política compensatória. Por outro lado, manteve intacta a matriz desenvolvimentista adotada no ciclo anterior de desenvolvimento, priorizando mega empreendimentos nas áreas de produção, apoio a industrialização e turismo/serviços,

Apesar de já na metade da década anterior a maioria da sociedade cearense expressar nas urnas a vontade da superação desse modelo, aliás, coisa  que já vinha sendo defendido há bastante tempo pelos nossos principais organismos sociais. No último período político assistimos uma transição lenta, gradual ( puxada essencialmente pelas políticas nacionais ) que se não é a totalidade do modelo anterior, tão pouco está implantado ou em implantação um novo modelo sócio-político-econômico no estado.

Um exemplo disso é o nosso setor econômico que caminha de acordo com a maré, em anos de seca é uma calamidade e em anos de bom inverno o sofrimento é minimizado.
 
             O  momento que vivenciamos é permeado de uma grande esperança, pois pela  primeira vez na História do Ceará, foi eleito um governador do campo da esquerda, com um compromisso de implantação de um novo modelo sócio-político-econômico no estado.

                 Outro aspecto que não podemos deixar de registrar refere-se a infra-estrutura, dos 184.055 domicílios rurais, somente em média 30%  esta ligado a uma rede regular de distribuição,  bem diferente da energia elétrica que já alcança quase 100% dos lares cearenses, dados que deixam bem claro a necessidade de priorizarmos esse setor visando uma redução drástica nesses números.

  Mais o semi-árido também tem exemplo de viabilidade, como é o caso da cadeia produtiva do mel, ligada umbilicalmente a agricultura familiar, tinha uma produção melífera baixa e quase totalmente advinda do extrativismo. Isso muda radicalmente, quando em várias regiões do estado organizaram-se grande quantidade de criatórios de abelhas, como introdução de colméias e toda uma prática nesse sentido. Com relação ao processo de agro industrialização, vivemos realidade diferentes enquanto uns fazem o beneficiamento de forma rudimentar com baixa qualidade do mel; outros praticam um processo agroindustrial bem formatado, sem o contato manual, alcançando um produto de qualidade inquestionável, tudo isso feito nas chamadas “casas de mel” para onde são levadas as colméias e processado o mel, ressalta-se que hoje esse é um produto que respeita o meio ambiente, as tradições sertanejas e o mais rentável da agricultura familiar cearense.

IPCC, Possíveis impactos no Ceará

              Apesar das poucas pesquisas que analisam as mudanças  climáticas causadas pelo aquecimento global no Ceará. O estado e sua população já sofrem com conseqüências das emissões desregradas de gases de efeito estufa e o mais preocupante é que inexistem políticas locais para reverter este quadro. Assim como inexistem estratégias para se preparar para as mudanças inevitáveis, nem para minimizar seus efeitos indesejados.
                Trazendo  para a realidade do sertão e litoral cearenses o que às vistas leigas estaria restrito às longínquas calotas polares no Hemisfério Norte, nos afeta segundo o relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
                Pelo menos quatro grandes questões levantadas pelo IPCC têm relação direta com o Ceará:
1ª - o aumento de temperatura;                                                                                            
2ª - as secas prolongadas;
3ª - o aumento do volume de enchentes;
4ª - a elevação no nível dos oceanos.

                De acordo com o IPCC, o aumento da temperatura média global, que já é uma realidade, levará ao crescimento na freqüência de eventos climáticos extremos em todo o planeta.
               Mesmo que nós tenhamos um aquecimento global médio de 2 graus, como está sendo considerado, ele será muito maior no interior do Nordeste. Em todos os estudos feitos até agora, as áreas continentais tendem a aquecer mais e mais rápido que os oceanos, esta é uma questão simples de física. A tendência é termos um calor extremo com mais freqüência e intensidade.
                Com o aumento da temperatura, além de períodos de seca mais rigorosos e extensos, também sofreremos aqui no Ceará com tempestades mais intensas. Segundo  pesquisadores da Uece, a explicação para esse fenômeno, aparentemente contraditório, é que com as altas temperaturas, as nuvens precisam de um volume maior de água evaporada para se formar, em decorrência, demoram mais para estarem “carregadas”, e, assim, quando formadas, as nuvens terão uma quantidade maior de água. Os dois extremos se intensificam,  seca de um lado e enchente de outro. Além de secas mais extremas, a gente também deve esperar cheias mais intensas, nenhum dos dois é bom para a sociedade. Além do prejuízo no campo, temos as sérias consequências para a cidade, como o aumento no risco de alagamentos e seus temíveis transtornos.
                 O relatório do IPCC também indica que os oceanos podem se elevar, globalmente, em até 84 centímetros, por conta da emissão de CO2, até o final deste século. Acrescenta-e a este índice um agravante: o derretimento das calotas polares, que pode aumentar indefinidamente, ainda mais esta quantidade. Este aumento terá grande impacto nas zonas costeiras, aqui no Ceará temos muitas comunidades litorâneas, composta majoritariamente por pescadores e agricultores familiares,  que obviamente serão atingidas. O aumento no nível dos oceanos tem impacto significativo na dinâmica dos ecossistemas litorâneos, como os manguezais por exemplo.
              Uma das conseqüências diretas destas mudanças climáticas, sinalizada pelo IPCC, é a migração de populações afetadas por elas. Também neste ponto, o Ceará corre o risco de ser afetado, com novos fluxos migratórios daqueles que não puderem permanecer no Sertão e no Litoral.
               O 5º relatório de avaliação (AR5) do IPCC foi redigido por 309 autores, e teve 436 colaboradores e 66 revisores técnicos de 70 países, depois de uma semana de trabalho em Yokohama ( Japão ).
              Como não poderia deixar de ser os novos ares que sopraram no Brasil, chegaram ao Ceará, elevando um pouco as conquistas econômicas, que agora com essa seca e os efeitos da crise econômica mundial ameaçam serem corroídas, dificultando ainda mais a expansão de uma classe média rural – ligada aos negócios do campo -, necessitando assim de uma intervenção estatal, não para o seu avanço, mas para evitar um recuo.
               Como ocorreu em fases históricas anteriores com outras nações, a expansão/consolidação do mercado interno brasileiro fez com que as crises de 2008 e 2011, atingissem bem menos o Brasil, portanto interromper a queda, e no futuro próximo dar estabilidade a essa nova camada social é uma tarefa de todos.

Vale ressaltar que a consolidação de uma classe média rural faz parte de um ideário de produção capitalista, que alguns chamam de Capitalismo Humanizado, não constando de nenhuma diretriz socialista, portanto a efetivação dessa nova realidade interessa a todos, inclusive as camadas mais abastadas da nossa sociedade. 

Para tanto precisamos iniciar um processo que possa incluir os agricultores familiares a essa nova realidade, seja ela ambiental produtiva e social, bem como dotá-los de um mecanismo que der estabilidade em períodos de vulnerabilidade climática, como a extensão do seguro desemprego aos agricultores familiares e a universalização do acesso a água.

Diante do atual  nível de conquistas da sociedade brasileira, não propugnar por isso seria repetir a mesmice dos séculos anteriores, perder uma oportunidade e principalmente não acreditar na capacidade de superação dos nordestinos, pois, afinal o sertanejo é antes de tudo um forte, como dizia Euclides da Cunha.

Eixo I – CONVIVÊNCIA SUSTENTÁVEL COM O SEMIÁRIDO:

Desde meados de 1614 existem registros oficiais sobre a seca no Nordeste, sejam elas parciais ou gerais, sempre foram tratadas em caráter emergencial e assistencialista, não atingindo as variantes estruturais que poderiam resolver definitivamente os efeitos dessas bruscas variações climáticas. No entanto é preciso deixar claro que a irregularidade das chuvas, as secas são características próprias do semiárido. Essa situação desvenda e agrava um estado de pobreza e miséria que tem raízes fincadas na estrutura fundiária, caracterizada pela alta concentração da terra, da água, além da ausência de ações permanentes de desenvolvimento adequadas á região.

Como representante de uma parcela dos agricultores familiares a Federação dos Trabalhadores (as) na Agricultura Familiar do Ceará – FETRAF-CEARÁ/CUT, juntamente com seus sindicatos e associações sindicais, mais uma vez vê em sua base, agricultores e agricultoras familiares sendo assolada por uma grande seca, partindo para o 4º ano, sendo esta a maior seca dos últimos 60 anos, no Nordeste brasileiro. Pelos dados coletados as perdas em 2014 no semiárido são quase totais. Estamos já a março de 2015 e as poucas chuvas e as previsões climáticas oficiais indicam a continuidade do problema.
Desde o inicio deste período assistimos por parte do estado um comportamento de muita timidez na construção de soluções eficientes e concretas e planejadas. Durante todo esse período as ações do estado giraram em torno de dois pontos: O milho da CONAB que não chega à quantidade suficiente, resultando na perca de rebanho e na alta desvantagem da manutenção do mesmo; e a tentativa de abastecer as populações rurais e centros urbanos com distribuição emergencial de água, através de adutoras (na maioria das vezes emergenciais) e carro pipas, registra-se a baixíssima qualidade da água distribuída nos carros pipas. Essas duas afirmações por si só já demonstram como essa situação continua sendo tratada no nosso estado e demonstra com clareza que em matéria de convivência com o semiárido os governos estão estacionados em séculos passados, desde a abordagem até as ações.
Nos últimos dias vimos à divulgação de um Plano Estadual de Convivência com a Seca, contendo elementos emergenciais e estruturantes, só o plano (primeiro desse caráter que temos conhecimento na história do Ceará) já nos animou, tivemos acesso a sua apresentação, estando esperando o aceso a sua totalidade, para podermos contribuir na sua construção. Até cogitamos não fazer essa pauta, mas um documento de contribuição a esse plano, não sendo possível devido o motivo acima citado. 
Podemos ressaltar com clareza que mesmo que venhamos ter alguma quadra chuvosa daqui por diante é preciso uma intervenção estatal urgente, eficiente, concreta e planejada para estabilizar a queda e iniciar um novo ciclo produtivo. Ao compreendermos tais complexidades, defendemos o avanço do debate com o conjunto dos movimentos sociais, para construção de uma política pública efetiva e permanente de convivência com o semiárido, visto que não se pode conter a seca, mais conviver com ela, e os tempos atuais pedem soluções de convivência sustentáveis, para que possamos permanecer com dignidade sem retroceder para o marasmo do atraso histórico.
Considerando estes aspectos, propomos e reivindicamos:

01 – Garantir o abastecimento de água tratada para consumo humano em áreas de colapso, água para produção e gestão dos recursos hídricos.

1.1 -  Garantir o abastecimento de água potável nas comunidades e centros urbanos atingidas pela seca, através da contratação de carros pipas, perfuração de poços (tubular raso, profundo e amazonas), construção de barragens subterrâneas, sucessivas e convencionais, cisternas de placas, dessalinizadores e pequenos açudes. Com programação e acompanhamento definido pelos Conselhos.
a) – Construir, ampliar, concluir  adutoras e sistemas de abastecimentos de água com ligações domiciliares.
b) – Tornar todos os reservatórios e mananciais hídricos de utilidade pública, sob o controle dos Comitês de Bacias.
c) – Efetivar um plano estratégico para os municípios em situação de colapso de abastecimento de água.
d) – Garantir que toda água distribuída em carros pipas passe por tratamento,   criar um sistema de gestão social compartilhado de monitoramento da água de distribuída e da sua captação.
e) - Garantir que os equipamentos distribuídos pelo PAC para as Prefeituras até 50 mil habitantes sejam utilizados para construção de micro barragens e açudes e que a
gestão das máquinas seja feita através dos conselhos municipais (CMDS /CDRSS) com garantia de representação do conjunto dos movimentos sociais e capacitação profissional para dos seus operadores.
f)– Construção de sistemas de abastecimento d`água e Cisternas de Placas, buscando a reduzir em 50% a atual vulnerabilidade hídrica dos domicílios rurais cearenses, com a utilização da mão de obra ociosa.
          
1.2 – Aquisição de 13 perfuratrizes, uma para Território de Identidade.

1.3 – Liberação de recursos para instalação, recuperação e construção de obras de infra-estrutura hídrica, produtiva e social nos assentamentos e comunidades de agricultores (as) familiares, com a utilização de mão de obra local. Priorizando as seguintes obras:
a) – Poços artesianos, tubulares rasos e amazonas ( perfuração, recuperação e instalação );
b) – Barragens subterrâneas e assoreadas;
c) – Pequenas adutoras e instalar pontos de distribuição ao longo do percurso das adutoras já existentes para abastecimentos das comunidades;
d) – Barragens sucessivas e perenização de rios;
e) – Açudes e barragens médias, bem como desassoreamento e despoluição dos açudes, rios e barragens;
            f) – conservação e recuperação das matas ciliares,
1.4  – Implantação de um programa de aproveitamento dos vales úmidos e vazantes, para a produção de alimentos e sementes.

1.5  – Apoio ao desenvolvimento de um programa de energia solar e eólica, a ser utilizado na instalação dos poços e irrigações.

1.6  - Implementar um projeto modelo de captação de água para produção que garanta a irrigação de no mínimo 1ha/agricultor, com tecnologias de alcance familiar e ao nível das comunidades, estabelecendo metas anuais de ampliação de quantidade de água captada e  reservada por família, comunidade, município, território.

1.7 -  Agilidade na implementação das ações do Programa Água para Todos, estabelecendo     novos projetos articulados com tecnologias já existentes de captação, armazenagem, manejo e distribuição de água a partir das realidades de cada região.

1.8 – Revisão do mapa do semi-árido brasileiro.


02       – Garantia de Renda, acesso a crédito para produção, fomento a pesquisa e difusão de tecnologias sociais de convivência:

2.1  – Garantia de renda:

2.1.1 - Estender Programa Seguro Desemprego aos agricultores familiares, integrado a um Programa de Elevação de Escolaridade, Reconversão Produtiva e Cidadania.

- Esse programa compreende um conjunto de ações que facilitem a promoção do desenvolvimento local no aspecto cultural/educacional dentro de uma metodologia que esteja em permanente consonância com os princípios da Educação Popular, a partir de uma postura critico-dialética, buscando a real participação dos envolvidos e privilegiando o educando, enquanto sujeito do processo educativo, para tanto apresentamos as seguintes propostas:

a)      - A reconversão produtiva entendida como gestão de recursos hídricos, conservação ambiental, mitigação de impactos ambientais e convivência com o semi-árido. A cidadania deve preparar o educando para as novas realidades vivenciadas, como: destinação do lixo, regras de trânsito, planejamento familiar e alimentação saudável;
b)      – Redimensionar todos os programas e projetos dessa área ( que ainda não utilizem essa metodologia ) visando a sua adequação;
c)      – Priorizar jovens e mulheres rurais;
d)     – Criar e manter em funcionamento as Escolas Famílias Agrícola e as Casas Famílias Rurais;
e)      – Capacitar profissionais da educação que atuam na zona rural em metodologias que possibilitem a incorporação e transversalidade de temas como gênero, raça, etnia, geração, sexualidade e direitos humanos, eliminando todo tipo de estereótipos, como sugere os novos parâmetros curriculares da rede pública de ensino;
f)       – Garantir a infra-estrutura básica para os trabalhos descritos acima;
g) – O Cadastro do Garantia Safra contemple todos os membros do grupo familiar que neles se enquadrem;


2.2 – Acesso a crédito para produção, fomento a pesquisa e difusão de tecnologias sociais:

a)      - Que o Banco do Nordeste crie uma ferramenta de controle e participação social efetiva e permanente com a participação do conjunto dos movimentos sociais objetivando avaliar, monitorar e aperfeiçoar a política de crédito na região;
b)     - Incluir de forma definitiva a juventude e mulheres com planejamentos e metas efetivas para inclusão desses públicos estratégicos e historicamente ainda excluídos do crédito;
c)      – Aprimorar a ação política do Banco do Nordeste adequando a planejamentos regionais de longo prazo. 
d) - Realizar concurso público, garantindo efetivo e capacidade operacional do banco frente às ações;
e)    – Fomentar a pesquisa com promoção de ações de formação e difusão de tecnologias sociais com ETENE com foco na construção e fortalecimento de ações para melhores condições de convivência sustentável com o semi-árido;
f) -     Garantir o crédito de emergência enquanto durar a seca com garantia de recursos complementares;
g) -     Rebater nas parcelas das operações de investimento e de custeio, atualmente desassistidas do SEAF, percentual igual à perda apurada/levantada no município pelo órgão de Ater estadual ou entidade afim;
h)  -    Ampliar o crédito especial e emergencial para a manutenção do rebanho;
i) -      Garantir recurso para contemplar os agricultores familiares atingidos pela estiagem que acessarem o SEAF – Pro agro Mais;
j)       Criar linha de crédito especial para a aquisição e criação de pequenos animais, em nível de estado, com subsidio de 85 %;
l)     Adequação, desburocratização e aceleração de linhas de créditos para investimentos em negócios não agrícolas, sobretudo para o meio rural e pequenas cidades do interior;
m)        Apoiar a criação do PRONAF Mais Água com valor de até 50 mil reais por agricultor para aquisição de equipamentos para soluções de água. Sendo os mesmos subsidiados com recursos do Ministério da Integração Nacional com 80% do valor subsidiado para o semi-árido e 60% para as demais regiões;
n) que sejam enquadrados no Garantia Safra os agricultores com DAP B, sem haver mudança de DAP; 
o)  -  que poços cavados e secos em até 05 anos, o agricultor pague com o 80% de rebate;
p) - Ampliação dos limites ofertados aos agricultores (as) para fornecimento de alimentos ao PAA.



03 – Acesso a terra e regularização fundiária.

A Luta pela terra e reforma agrária é alvo de grandes ataques da elite latifundiária, do agronegócio, e da direita política e empresarial brasileira. Lamentavelmente, nestes doze anos de governos Lula e Dilma, através do MDA/INCRA esse foi o setor que não avançou, se duvidar retroagimos, a sonhada reforma agrária que pudesse reorganizar o espaço agrário e melhorar as condições sócias e ambientais, transformou-se em apenas ações periféricas e limitadas, evitando conflitos sociais, focada em áreas públicas, locais de baixo custo e de áreas de extrema aridez. O Crédito Fundiário não se firmou como uma política importante de acesso a terra.
Considerando que os ataques são cada vez mais freqüentes e intensos é necessário agir de forma implacável na luta pela terra, reforma agrária e regularização fundiária, fazendo o diálogo com a sociedade, instituições e personalidades que prezam pela inclusão social e democratização do acesso à terra, ao mesmo tempo em que mobiliza os trabalhadores em todas regiões do estado na luta contra o latifúndio e a especulação imobiliária no campo; em defesa de uma ampla e massiva reforma agrária que democratize o acesso à terra distribuindo riquezas e poder político a ela associados; que fortaleça a agricultura familiar e garanta a saúde alimentar e nutricional, além de serviços públicos de qualidade nas áreas de assentamento e melhorias ambientais. De imediato, torna-se urgente a atualização dos índices de produtividade da terra e a retomada da mobilização social.

Portanto propomos e reivindicamos na política de Reforma Agrária e Regularização:
Na política de Reforma Agrária:
a.   – Apoio a revisão imediata do Índice de Produtividade para as grandes propriedades;
b.   - Recuperação imediata dos projetos de assentamentos antigos e atuais, bem como, suas áreas de reserva legal, assegurando estrutura necessária para produção em qualidade e quantidade;
c  - Realização de geo referenciamento e regularização fundiária dos imóveis da agricultura familiar;
d  – Apoiar a luta pela derrubada do decreto que proíbe a vistoria de áreas ocupadas;
e - Realizar uma ampla discussão da ATER nos assentamentos, buscando o desaparelhamento partidário e de algumas entidades, bem como realinhar o foco para uma ATER pública e de qualidade
f  - Propor exclusão das dívidas de financiamento da produção para os assentados do semi-árido;
g – Firmar compromisso que o trabalho nos assentamentos deve priorizar a produção sustentável, economicamente viável e ecologicamente correta, tendo como pano de fundo a Economia Solidária. A ação nas áreas reformadas deve ter como foco a produção, não para fazer política personalista-clientelista (politicagem).    
h  - Garantir a participação da FETRAF na discussão sobre a priorização dos municípios para a regularização fundiária no ano de 2015.
i -  Desapropriar para fins de Reforma Agrária as áreas de cada margem do chamado Eixão das Águas (Transposição do Rio São Francisco e Adutora Castanhão-Pecém), bem como em áreas de açudes públicos e privados que demonstrem condição para tal fim, com prioridade para atender atingidos por essas obras;
j        - Elaborar e Implantar por um Projeto Especial de Assentamento Rural, tendo como eixo a revitalização e aproveitamento da área de entorno do Canal do Trabalhador ( atualmente desativado ).
l    - Trabalhar a emancipação de assentamentos federais.
 
Na política de Crédito Fundiário:
a.       - Redefinição do Crédito Fundiário como política pública importante para viabilizar o acesso a terra, principalmente para a juventude rural;
b.      - Aumento dos tetos de financiamento, com subsídios para juventude e para quem produzir alimentos, além de desburocratizar o acesso;
c.       - Linha especial de crédito para alunos oriundos de escolas famílias agrícolas e escolas agrícolas estaduais e federais.

04 - Órgãos estatais e políticas públicas no semi-árido.

O mundo cada dia demanda por quantidades maiores de alimentos, as questões climáticas globais batem a porta de todos como vento que sopra com furor. Compreendendo a situação  com os avanços da esfera nacional, com o olhar atento as mudanças globais, principalmente as que tocam ao meio ambiente somos nós chamado a discutir profundamente a sustentabilidade dos biomas que está inserido. No nosso caso o bioma caatinga, que marca a região economicamente mais empobrecida do Brasil é um verdadeiro continente de diversidade tendo nós uma fauna e uma flora rica, diversa e de valor inigualável. Neste campo de debate metade dos agricultores familiares do país vivem neste bioma, carecendo assim como a Amazônia de atenção especial – ou seja, um país com biomas tão diferenciados e em tão vastas extensões territoriais faz-se necessário debater e discutir de formar diferenciada a sustentabilidade de cada um deles como patrimônio maior das populações que neles e deles vivem.
A construção de planejamentos de longos prazos, efetivos e permanentes elevando assim o crescimento em todos os níveis torna-se uma constante inadiável.  A seca, o contexto da semi-aridez deve ser para nós uma oportunidade e não uma calamidade. Para tal depende de ações inovadoras, comprometimento político e uma agenda permanente demarcada por políticas públicas sintonizada com a realidade de cada local.

A partir destas reflexões reivindicamos e propomos:

a) - Reestruturar os órgãos estatais de abrangência regional (DNOCS /SUDENE) adequando sua ação política a partir de planejamentos regionais de longo prazo, efetivos e permanentes;
b) - Garantir assento da FETRAF no conselho deliberativo da SUDENE;
c)  - Garantir assento da FETRAF no grupo de trabalho que atua pela reestruturação do DNOCS;
d) - Desenvolver uma política nacional de prevenção de eventos climáticos a partir do aperfeiçoamento dos sistemas de previsões climáticas;
e) - Criação de uma Empresa Estadual de Pesquisa da Agricultura Familiar ( EEPAF );
f)       - Criar um Grupo de Acompanhamento da Execução Orçamentária das ações relacionadas de Convivência com o semi-árido e do Projeto São José, com dois representantes da SDA e dois da FETRAF, aberto aos movimentos sociais;
g) - Fortalecer o movimento associativista, oferecendo a eles mecanismos que possibilitem o melhor acesso as políticas públicas e principalmente desburocratizando a liberação de projetos comunitários.
h) – Criação de um Programa Estadual de Compensação Ambiental, para agricultores familiares cearenses.

EIXO II - POR ACESSO A DIREITOS BÁSICO DE CIDADANIA NO CAMPO:


É sem duvida notório os grandes avanços que tivemos nas políticas públicas especialmente as de inclusão social a partir do governo do presidente Lula. É bem verdade que a população tem tido mais acesso a crédito, comprando bens de consumo que sempre fizeram parte do ideário mediano da cidade (fogão a gás, geladeira, ferro elétrico, aparelho de som, TV, celular e até computador) resultando numa melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Mesmo com estes avanços e com a inclusão de milhares de pessoas muitas coisas ainda estão distantes do espaço rural e da vida pacata do homem do campo. Com um campo que se envelhece mais e mais e distante de serviços básicos não resta duvida que o avançar do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável passa essencialmente pela inclusão das famílias a direitos básicos de cidadania.
A consolidação desses direitos é o passo definitivo para elevação das famílias do campo, especialmente a agricultura familiar para um novo ideário de vida no campo. A inserção da agricultura familiar para um quadro de classe media rural é fator determinante para permanência dos jovens no espaço rural, e na construção da sustentabilidade com justiça social.
Nestes aspectos priorizamos aqui alguns pontos estratégicos para inclusão das famílias e consolidação de direitos básicos e estratégicos para agricultura familiar no atual momento.

01 – SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL.

Não resta dúvida que a saúde pública é o grande calcanhar de Aquiles da população brasileira. A pouca infra-estrutura presente nos municípios e a baixa qualidade de gestão faz com que as pessoas sempre busquem os hospitais na capital do estado.
Percebemos uma deficiência nos profissionais da área, tanto no quesito humano de atendimento, quanto da disponibilidade de profissionais necessário compatível à necessidade de atendimento. O Estado do Ceará possui 1,16 médicos para cada mil habitantes, a proporção é a sétima pior do Brasil e a terceira menor do Nordeste, segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil, divulgada  pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Na capital do estado, a relação entre médicos e habitantes chega a 3,16 por mil - quase três vezes mais, ainda assim, é a décima pior do País e segunda pior da região, à frente apenas de São Luís (MA).

Reconhecemos que a constituição do SUS,  Programa de Saúde da Família, Mais Médicos  mudou o quadro institucional do sistema de saúde, mas não conseguimos dar os passos seguintes;  por outro lado a massificação da Saúde Suplementar ( planos de saúde ) como era previsto começa a precarizar também o atendimento nesse setor. Sem falar que o foco ainda é a medicina curativa em detrimento da medicina preventiva,  o alastramento de doenças da modernidade e as polêmicas que envolveram o Programa Mais Médicos, demonstram o quão o nosso sistema de saúde não consegue dar conta da nova realidade brasileira, apesar dos esforços do governo central e construção dos Hospitais Regional da Zona Norte, Cariri e Sertão Central.

Um exemplo disso é o baixíssimo uso na ponta dos recursos de comunicação em tempo real, tão necessários nessa área em que segundos podem significar a vida ou a morte de um ser humano, seguindo essa lógica o sistema ficaria mais barato, eficiente, gerando transparência e facilitando o controle social.  Essa situação tão extrema nos força a compararmos o nosso sistema de saúde(que cuida da vida) com o sistema bancário (cuida do dinheiro), vemos o quanto nós relegamos a vida humana a planos inferiores, situação só justificada pela prioridade que o estado brasileiro dar a reprodução do Capital e não a vida humana, razão de toda nossa existência.

Quando “o sistema emperra a população que não dispõe de recursos para pagar, recorre a “politiqueiros” que intermédia a realização de procedimentos médicos, visando auferir dividendos eleitoreiros, prática recorrente nas periferias e zonas rurais do Ceará, que em pleno século XXI continua a ser um dos últimos redutos do clientelismo no estado brasileiro. 

A construção de mais Hospitais Regionais, a viabilização dos consórcios públicos, a informatização e profissionalização do atendimento, a mudança de foco para a medicina preventiva e outras iniciativas pelo menos a nível regional; para que o trabalhador tenha atendimento especializado mais próximo de si e vá deixando de ficar sempre a mercê da capital do estado.

Diante deste quadro a FETRAF CEARA/CUT apresenta as seguintes Preposições e reivindicações:

a)      - Apoio ao fortalecimento e ampliação do programa Saúde da Família;
b)      - Construção imediata dos Hospitais Regionais do Vale do Jaguaribe e Metropolitano;
c)     - Propor uma reestruturação do SUS no estado, a partir dos Hospitais Regionais / Policlínicas e o aprofundamento da informatização, visando à humanização, rapidez e melhoria no atendimento;
d)    - Construção e implementação de um Programa de Medicina Preventiva, a partir dos Hospitais Regionais;
e)      - Fortalecer e ampliar o programa de Agentes de Saúde, com contratações pelo estado, com equipamentos e informatização total dos serviços;
f)      - Criar e fortalecer consórcios regionais, para dar sustentação as políticas descritas
       Acima, bem como garantir o atendimento especializado, pelo menos a nível regional;
g)        - Criar uma Política Estadual de Prevenção de Doenças Profissionais observando os índices de doenças mais presentes nas regionais;
h)    – Criar e implantar Programa Estadual de Requalificação de Profissionais de Saúde, envolvendo das Agentes de Saúde a Diretores/Coordenadores das unidades, tendo como foco:
 – atualização técnica-cientifica;
           – sistema de saúde pública e gratuito;
         – medicina preventiva;
         – respeito as diversidades locais.

i)     – Implantar imediatamente (os já previstos)e ampliar os cursos de medicina e Formação
 de profissionais de saúde (especialmente criando extensões universitárias nas regiões),
 tendo como uma das vertentes o atendimento humanizado e respeito as  diversidades  locais;
j)      – Transformar o Conselho Estadual de Saúde, num órgão gestor e avaliador das Políticas Públicas de saúde no estado, de caráter tripartite, com representantes do governo, sociedade civil e da área médica.
l) - Implantação de CRAS rural.
m) - Ampliação do PROJOVEM RURAL em 100%.
n) - Capacitação em áreas de econômico-social-profissional, proporcional a quantidade de curso ofertados na zona urbana.

02 – EDUCAÇÃO, TRANSPORTE E MOBILIDADE:

Com o crescimento da classe média brasileira, mais acesso a crédito e oportunidade o homem do campo vem melhorando sua condição de vida e com isto também tem mudado o seu formato de andar e se locomover na lida diária.  O famoso comboio (transporte da produção agrícola familiar para venda nas feiras das cidades – comércio local) que por décadas movimentou o comércio local, transportando alimentos campo cidade; trocou os burros de carga, pelos carros de horários os chamados paus de arara. No dia a dia o deslocamento campo-cidade, em busca de comprar um remédio, suprimentos, o animal de transporte foi trocado pela moto. Já que é totalmente impensável um agricultor fazer o que fazia há 20 anos atrás, andar duas, três, quatro léguas a pé ou a cavalo, para resolver suas coisas na cidade, neste tempo é bom ressaltar que o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza e miséria era quilometricamente maior, grande parte não tinha nem o que comer.
Graças as mudanças ocorridas, especialmente a partir do governo Lula no que toca reconhecimento da agricultura familiar e acesso a políticas pública os tempos vem mudando e mudando para melhor. Ao analisar os dados do órgão estadual de trânsito, ver-se que os registros oficiais do Ceará, no ano de 2013 contava com 941.180 mil motocicletas, destas 734.184 mil estão no interior do estado.

Contudo percebesse a grande dificuldade do homem do campo de se manter legalizado seu meio de transporte tão eficaz e tão usual.  Tanto é grande a carga tributária como é difícil os procedimentos de tirada da habilitação, ficando assim, grande parte dos homens e mulheres do campo na dita “ ilegalidade ”, além dos altos índices de acidentes envolvendo motociclistas. Segundo balanço anual de 2012 do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT)  a região Nordeste concentrou a maior incidência (29%) de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT; a maioria dos casos (65%),  foram de acidentes envolvendo motocicletas,  diferentemente do observado em 2011, quando a região Sul foi que concentrou a maior incidência de indenizações pagas (30%) também na categoria de motocicleta (63%). As motocicletas representam 43% da frota de veículos da região Nordeste.
O balanço também mostra que de janeiro a dezembro de 2012, a região Nordeste concentrou a maior incidência de indenizações pagas (31%) por invalidez permanente, predominantemente da categoria de motocicleta (80%), mantendo o comportamento do mesmo período de 2011. Os dados nacionais  no levantamento dos registros do DPVAT registraram crescimento de 39% de indenizações pagas se comparado ao mesmo período de 2011, os acidentes com motos implicaram em 69% dos pagamentos em todo o País.

Nos tempos atuais o tema do transporte e mobilidade dos trabalhadores (as) do campo é fundamentalmente importante, na melhoria da qualidade de vida do homem rural, que precisa se locomover com agilidade, rapidez e segurança no dia a dia, no trajeto campo- cidade, cidade-campo.

Ainda um recorte importante para fazer com relação as condições das estradas regionais, que ainda não oferece condições de tráfego com qualidade, e segurança; e por conta disto perde-se muito tempo no escoamento da produção para os mercados  e além de encarecer mais o transporte.

A FETRAF CEARA CUT preocupada com esta situação propõe e reivindica:

a - Criação de um Programa Estadual de Capacitação e Formação no Trânsito para Agricultura Familiar, com vistas a preparar os trabalhadores para o processo de habilitação dos agricultores e agricultoras;
b  - Isenção das taxas no processo de habilitação para agricultores familiares portadores da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), com o histórico mínimo 02 (dois ) anos;
c   - Isenção de impostos na aquisição de motocicletas até 150 cilindradas para agricultores portadores de DAP, com histórico mínimo de 02 ( dois ) anos;
d  - Criação de uma linha de crédito para aquisição de motocicletas de até 150 cilindradas dentro do Pronaf, para agricultores(as) familares, com DAP, com histórico mínimo de dois anos.

03 – PREVIDÊNCIA

A conquista dos direitos previdenciários, consagrados na Constituição Federal de 1988 e na legislação previdenciária de 1991 representou um dos grandes avanços sociais, econômicos e de conquista de cidadania, de forma muito especial para agricultores e agricultoras familiares.
No entanto, o sistema previdenciário para os trabalhadores (as) rurais e para a agricultura familiar necessita ainda de importantes aperfeiçoamentos para que, efetivamente, os princípios da seguridade social previstos na Constituição sejam implementados. Dentre eles, destacamos os direitos de igualdade entre homens e mulheres, entre as populações urbanas e as rurais e a equidade social.
Por isso, reivindicamos:
a - Humanização no atendimento e nas perícias, que os agricultores e Agricultoras familiares, sejam tratados com respeito e dignidade, por parte dos funcionários do INSS e pela perícia médica, sendo que esta deve ser próxima ao local de moradia do segurado e realizada num prazo não superior a 15 dias após o requerimento do benefício;
b - Constituição de um sistema de acompanhamento dos indeferimentos de benefícios aos segurados especiais, tendo por base um estudo preliminar para identificação de inadequações em processos indeferidos, objetivando ampliação da efetiva garantia do acesso aos direitos previdenciários;
c - Garantia da manutenção da qualidade de segurados especiais para quem possui agroindústria familiar sem empregados permanentes, independente do formato jurídico pelo qual a agroindústria foi constituída; 
d  - Propor a Organização Mundial de Saúde revisão e aperfeiçoamento da CID – Classificação Internacional de Doenças, visando o reconhecimento das doenças ocupacionais na atividade agrícola, para efeitos no acesso aos benefícios por doença, invalidez e acidente de trabalho;
e- Considerar a declaração de aptidão ao PRONAF como prova plena, visto que atualmente é um dos mecanismos mais usados pelos trabalhadores para acessar essa política publica. Proposta: inclusão do inciso X – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF – DAP no artigo 115 da instrução normativa de Nº 61 do INSS/MPS;
f - Assento no Conselho da Junta de Recursos do nosso estado;
g – Revogar a MP que altera os benefícios de pensão e auxilio doença;
h – que todas as entidades credenciadas para efetuar o cadastramento do CNIS, possa automaticamente declarar o exercício  de atividade rural.
04 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL.
A assistência técnica é estratégica e fundamental na produção familiar, nas últimas décadas temos assistido o sucateamento da EMATERCE e por consequente a ação de assistência técnica é insuficiente diante a necessidade da agricultura familiar. A criação do Programa Agente Rural é significativa mais a contratação dos profissionais por meios de bolsas leva o programa a uma rota constante de rupturas.
A agricultura familiar precisa de uma assistência técnica pública, gratuita, universal, como os demais direitos básicos do cidadão. Os desafios da atualidade demandam constantemente soluções cada vez mais sustentáveis de produção, de uso do solo e mananciais, mitigação dos impactos ambientas, pois disso depende o nosso futuro.
Diante destes aspectos nos defendemos a ATER, também como direito básico, da cidadania dos agricultores (as) familiares, e com as seguintes definições e preposições:
a)  - Municipalização da ATER com garantias de recursos nos municípios para contratação de efetivos e desenvolvimento da ação de ATER;
b)  - Reestruturação da EMATER, com definição concreta da realização de concurso publico; redefinição da ação política por meio do amplo debate com o conjunto dos movimentos sociais, focando na construção e fortalecimento de uma entidade de planejamento, de difusão de tecnologia, assessoria econômica,  articulação e coordenação da ATER estadual.
c)  - Criação de um programa prioritário de assistência técnica para os agricultores familiares nas áreas de mitigação dos impactos ambientais, de preservação ambiental,   com foco no desenvolvimento da produção de base agroflorestal e ecológica, na compensação ambiental desses agricultores;
d)  - Criação de um programa estadual de apoio e preservação das matrizes genéticas da agricultura familiar;
e)    - Garantindo a informatização do trabalho, através da distribuição de equipamentos de informática que transmita dados em tempo real para cada integrante (que participar de trabalho de campo de ATER ) da empresa;
f)   - Empresa Estadual de Pesquisa - Para pensar e executar pesquisa pública direcionada aos sistemas produtivos familiares na perspectiva da diversificação e sustentabilidade ambiental, com grande enfoque nas soluções de água para consumo e principalmente para a produção de alimentos, garantindo assim ações mais próxima da realidade da agricultura familiar com discussão de prioridades e com controle social, em parceria das organizações da agricultura familiar com órgãos públicos de pesquisa, educação e formação no âmbito nacional e estadual.
g)  - Celebração de convênio bianual entre o Governo do Estado e entidade indicada pela FETRAF, para a implantação de 02 (duas) equipes de ATER, que servirão de referência para futuras parceiras.
h) – Celebração de convênio da FETRAF com Governo Estadual, para realizar Cadastro Ambiental Rural, com capacitação para agricultores familiares.

05 – SEGURANÇA PÚBLICA.

Passada a insegurança provocada pela figura do coronel-fazendeiro, senhor absoluto dos sertões e a minimização do flagelo das secas (que desestruturava o sertão de tempos em tempos), os sertanejos viveram um período de vida pacata, sem muito tumulto. Mas o momento é de crescente medo e insegurança, sendo agravado quando ele necessita de alguma proteção do estado, visto que a distância de sua unidade produtiva e residência do aparelho policial, a falta de um sistema eficiente de comunicação, muitas vezes desencorajam até a formulação de denúncias. 
Por outro lado assistimos a um grande investimento por parte do Governo Estadual na segurança pública, focado na estrutura física, transporte e na policia repressiva, na contramão do que deu certo em outros lugares do mundo. Como bem prova as ações da nossa velha Policia Federal, com o foco da ação policial na inteligência.
Para ilustrar vamos descrever o que se passa no meio rural, a violência tem se diversificado. Antes vimos assassinatos por vinganças, rixas particulares/familiares e roubos de animais, hoje existem um número cada vez maior de assaltos, roubo de motos e animais.
Merece atenção à parte, a questão da droga ilícita que começa penetrar nesse meio, se não forem tomadas providências imediatas, ela se disseminará, como já aconteceu em cidades médias e pequenas do estado, tornando muito mais difícil o seu controle. Portanto torna-se um dever imperativo da sociedade contemporânea, proteger o segmento social ligado a agricultura familiar dessa chaga da modernidade que infelicita milhões de famílias, mas, que ainda é pouco difundida entre nós.

Este quadro nos faz refletir, a FETRAF CEARA/ CUT propõe e reivindica:
a)     Reestruturação da política de segurança pública  com ampla participação  social ( movimentos urbanos e rurais ) utilizando como estratégia o processo de conferências territoriais/estadual/nacional para que a sociedade possa contribuir na construção da política pública de segurança;
b)      Mudança na metodologia policial, ou seja, na prevenção e investigação de assaltos, roubos de rebanho e delitos em geral nas comunidades/propriedades rurais, seja priorizado o uso da inteligência policial. Com o consequente aparelhamento e contratação de recursos humanos adaptados a essa nova metodologia
c)      - Ampliação Comando Tático Rural;
d)     - A criação de uma Companhia de Fronteiras que monitore as fronteiras do estado impedindo a entrada de armas e drogas ilícitas;
e)      - A ampliação do serviço de cobertura de sinal de telefonia rural para que o agricultor peça socorro;
f)       – Instalação de institutos médicos legais, nas macrorregiões do estado;
g)      – Aumento de quadro pessoal, equipamentos, viaturas e humanização no IML de Iguatu;
h) - Criação e execução de Projeto Estadual de Controle do Uso de Drogas Ilícitas nas Áreas Rurais, tendo como parceiros principais escolas, unidades de saúde e instituições recreativo-esportivas (privadas e públicas ).
EIXO III – PONTOS EXTRATÉGICOS PRIORITÁRIOS.

1- JUVENTUDE E INCLUSÃO SÓCIA PRODUTIVA:
A Juventude da Agricultura Familiar vivencia um momento histórico estratégico para a intervenção das políticas públicas no sentido de criar as condições objetivas para a construção da sua dignidade, do efetivo direito à opção de vida, da continuidade da agricultura familiar e de um redirecionamento rumo a um desenvolvimento sustentável. Se o necessário não for feito neste próximo período, muito provavelmente daqui a 10 (dez) anos essa oportunidade fará parte do passado.
Por isso, a agricultura familiar requer uma especial atenção por parte da sociedade e dos poderes públicos. A atual ausência de perspectiva de vida e trabalho na atividade agrícola e no espaço rural por parte da juventude  o consequente e crescente êxodo para as cidades colocam em cheque, além da questão da sucessão nas propriedades familiares, o próprio futuro da agricultura familiar.
Políticas públicas integradas e articuladas a outras ações e atitudes que necessitam ser promovidas em nível local pelas famílias, pelas organizações sociais e pela sociedade, são fundamentais para enfrentar estes problemas e construir condições que transformem o espaço rural e a atividade agrícola numa opção de vida e trabalho para a juventude.
Acreditamos que a sucessão das propriedades familiares deva ser de interesse dos jovens, mas não somente deles. Deva ser de interesse de todos, dos governantes do país, dos estados, das prefeituras, do parlamento, das organizações da sociedade, das atuais e futuras gerações de lideranças políticas, independente de partidos e de gestões de governos.
A implementação e a articulação de um conjunto de políticas públicas específicas (diferenciadas) que estimulem a juventude a permanecer na atividade agrícola e no espaço rural é uma condição fundamental para promovermos uma guinada na atual realidade que vive a juventude da agricultura familiar brasileira.
Além de várias questões específicas, reivindicamos:
- A implementação de um Programa de Inclusão Sócio-produtiva da Juventude da Agricultura Familiar, massivo, presente em todas as regiões do estado, com a participação e parceria das organizações da agricultura familiar e tendo a própria juventude como protagonista. Um programa que articule a capacitação profissional, o acesso a terra (reforma agrária e crédito fundiário), o acesso ao crédito (Pronaf Jovem), o acesso à cultura, lazer e inclusão digital, o acesso ao acompanhamento técnico (ATER) e o acesso às políticas de apoio à preservação da eco biodiversidade, dentre outras.
b      - Reestruturação do crédito fundiário com financiamento subsidiado com juro zero e 60% de rebate para aquisição de terras para jovens, mecanismos facilitados e articulação com outras políticas;
c       - Implementação de iniciativas de valorização cultural do espaço rural como espaço comunitário de vida, com acesso a múltiplas possibilidades de trabalho, renda, cultura, lazer, informação, comunicação, etc.
d      – Promover cursos de extensão com universidades a partir dos temas de Desenvolvimento Rural, Convivência com o Semi-árido Cooperativismo, Meio Ambiente, Economia Solidária, todos enfatizando o papel e a importância da mulher, do jovem e da agricultura familiar.
e       - Que a secretaria de Cultura elabore chamadas públicas e projetos específicos de valorização da cultura e dos costumes da agricultura familiar.

2 – MULHERES E INCLUSÃO SÓCIO PRODUTIVA:

O trabalho da mulher na produção familiar é entendido geralmente como um simples prolongamento das atividades domésticas. É a chamada “invisibilidade do trabalho feminino”, que significa a sua não valorização e não valorização econômica. Ou seja, nesta visão, a mulher desempenha apenas um trabalho reprodutivo, que apenas visa manter e assistir a força de trabalho na unidade familiar.
Apesar de a agricultura familiar caracterizar-se como uma atividade que envolve todos os membros da família, ainda é forte a visão da gratuidade do trabalho da mulher, pelo qual ela apenas “ajuda” o homem, a quem se atribui o papel de responsável pelo provimento da família. Em geral, a mulher é ainda vista como dependente do marido, inclusive em algumas políticas públicas, coisa que vem sendo revertida nos últimos tempos, mas, ainda longe representar a realidade rural.
Além da permanente luta que tem que ser assumida pelas mulheres agricultoras e pelo conjunto da organização sindical pela afirmação, ampliação e conquista de direitos às mulheres da agricultura familiar.
Dentre alguns problemas que ainda destoam dos princípios constitucionais, destacamos dois que necessitam ser enfrentados urgentemente. Um deles, é atual não aplicação, para as mulheres agricultoras, da Lei 11.770/2008, que amplia licença e o salário maternidade para 6 (seis) meses. O outro, é que para 20% das mulheres rurais a idade real da aposentadoria só acontece após os 60 anos de idade, quando a constituição garante a aposentaria das mulheres rurais aos 55 anos de idade. A burocracia no INSS, a subjetividade ainda presente na definição dos direitos e a falta de documentação que provocam essa discriminação das mulheres agricultoras.
Diante destes aspectos propomos e reivindicamos:
a.   - A ampliação imediata do salário maternidade de 04 para 06 meses à todas as trabalhadoras e, particularmente, para as agricultoras familiares, porque, independentemente do vínculo, das relações empregatícias e da fonte pagadora do benefício, todas as mães tem que ter o direito de acompanhar os primeiros meses de vida de seus filhos/as, fortalecendo o vínculo entre a mãe e a criança estendendo o período de amamentação tão importante para o desenvolvimento do bebê, bem como o acompanhamento às primeiras consultas médicas. Já reivindicando esse ponto entregamos ao Ministro da Previdência um abaixo-assinado realizado em todo país com mais de 100 mil assinaturas;
b      - Ampliação de ações de ATER, capacitação e intercâmbio, fomento e crédito, inserção nos circuitos de comercialização, para as iniciativas e grupos produtivos de mulheres fortalecendo seu protagonismo e autonomia na agroecologia e produção orgânica;
c.      - Criação de um Programa de Formação e Qualificação para as Mulheres Agricultoras Familiares a partir de temas e ações específicas na garantia de uma alimentação saudável, saúde preventiva e alternativa, sexualidade, agricultura agroecológica, elevação da autoestima, fim da violência contra mulher e preservação do meio ambiente;
d      - Chamadas públicas e projetos específicos de incentivo à produção orgânica e ecológica às mulheres agricultoras familiares;
e     - Criação de um programa de incentivo e valorização da organização produtiva das mulheres do campo para a produção e comercialização dos produtos aos programas institucionais como o PNAE e o PAA especialmente, facilitando e desburocratizando o acesso;
f       - Criação de um Programa de Saúde Preventiva à Mulher Agricultora Familiar;
g - Melhoramento no  atendimento do Sistema Único de Saúde – SUS – aos exames periódicos necessários à saúde da mulher.
h – Implantação de Delegacia da Mulher em cidades acima de cinquenta mil habitantes.

3 – AQUECIMENTO GLOBAL – MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

Trazendo  para a realidade do sertão e litoral cearenses o que às vistas leigas estaria restrito às longínquas calotas polares no Hemisfério Norte, nos afeta segundo o relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
                Pelo menos quatro grandes questões levantadas pelo IPCC têm relação direta com o Ceará:
1ª - o aumento de temperatura;                                                                                            
2ª - as secas prolongadas;
3ª - o aumento do volume de enchentes;
4ª - a elevação no nível dos oceanos.

Para uma questão tão nova e pouca compreendida pela esmagadora maioria até dos gestores, nós procuramos visualizar possíveis impactos, que podem estar longe da realidade que nos espera num futuro, não tão longínquo. Para tanto reproduziremos abaixo um, quadro com  Desafios, Riscos e Opções, que julgamos ser importante para iniciar o debate.
Desafio: Inundações em áreas urbanas devido a grandes chuvas. 
Risco: Muito alto com subidas tanto de 2ºC quanto de 4ºC.
Opções: Melhorar a luta contra as inundações urbanas, assim como os sistemas de alerta e prevenção e os alertas meteorológicos. 
Desafio: Menos produção alimentar e de menor qualidade.
Risco: Muito alto com subidas tanto de 2ºC quanto de 4ºC.
Opções: Desenvolver cultivos resistentes à seca.
Desafio: elevação do nível dos oceanos.
Risco:  Médio subida das águas.
Opções: Mitigar impactos
Diante de tantos aspectos novos propomos e reivindicamos:
a – a ampliação das atribuições da FUNCEME para abarcar o estudo, pesquisa e acompanhamento em tempo real dos fenômenos decorrentes do aquecimento global e seus impactos no Nordeste brasileiro.

b – Firmar parcerias com universidades, acadêmicos, ONG`s, IPCC, organismos oficiais nacionais e internacionais, visando assenhorar-se de todo acumulo técnico-cientifico acerca do assunto.

c – Realizar estudos em parceria com associação de classe ou sindicato, para a promoção de mudanças institucionais e estruturais na FUNCEME, que pó                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    ssam adequá-la a essa nova missão.

d – Articular junto ao governo central, organismos internacionais ( oficiais e não-oficiais ) por uma vaga do Ceará no IPCC, visando o acesso direto a diagnósticos, previsões e todo acumulo cientifico acerca do tema, a altura que necessitamos.

e – De posse de acumulo técnico-cientifico e instrumental institucional, realizar um planejamento estratégico para dar inicio essa jornada, que possivelmente será o principal desafio do século para o nosso estado.

EIXO IV – FONTES DE RECURSOS.

Para a viabilização das propostas descritas acima, sugerimos as seguintes fontes de financiamento:

v  PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar;
v  FNE – Fundo Constitucional para o Nordeste;
v  ORÇAMENTOS PÚBLICOS – Municipais Estaduais e Nacionais;
v  FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador;
v  BIRD – Banco Interamericano de Desenvolvimento;
v  FNDE;
v  Fundos internacionais de Preservação Meio Ambiente;
v  Empréstimos a serem contraídos;
v  FEDAF;
v  FECOP;
v  Fundos do Pré-Sal;
v  Tesouro Nacional e Estadual.


   Fortaleza-CE, Março de 2015.

A DIREÇÃO.

FETRAF CEARA/CUT
AVENIDA JOÃO PESSOA, 4413 – DAMAS – FORTALEZA /CE
fetrafcearacut@gmail.com //alvesjunnyor@hotmail.com / 85 3028-7813 //85 96010455.





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